Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Conselho de Administração (CA) da Media Capital refere estar "confiante" que a entrada da Cofina no capital social da dona da TVI "terá impacto positivo para as estruturas dos trabalhadores na medida em que se integrará numa estratégia de consolidação dos media no plano global".
A Media Capital salienta ainda que "o presente relatório foi elaborado com base na informação disponibilizada ao Conselho de Administração e inclui somente opiniões do Conselho de Administração e que como tal devem ser consideradas", lê-se no documento.
Em 21 de setembro, a Cofina, dona do Correio da Manhã, Jornal de Negócios e Correio da Manhã, entre outros, anunciou que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa ('enterprise value') em 255 milhões de euros. A operação de compra inclui também a dívida da Media Capital.
"O CA do grupo Media Capital analisou diversas avaliações relativas às condições financeiras da oferta, que permitem considerar que uma contrapartida de 2,3336 euros por ação da Media Capital se afigura adequada", lê-se no relatório hoje aprovado "por unanimidade dos membros votantes" na reunião daquele órgão.
Ainda assim, "entende como adequado um eventual aumento ou revisão em alta da contrapartida da oferta, encontrando-se num intervalo de valorização da sociedade visada que se considera razoável e apropriado".
O CA "considera positiva a estratégia presentada [pela Cofina] na medida em que prevê, designadamente, potenciar o investimento na expansão digital, o lançamento de serviços inovadores e a promoção e desenvolvimento de conteúdos produzidos em Portugal, mantendo-se como um ativo com identidade portuguesa".
Salienta ainda que os membros do CA da dona da TVI "não são titulares de ações da sociedade pelo que não estão em condições de participar na oferta".
A Cofina pediu o registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Media Capital na sexta-feira, dia 11 de outubro, último dia do prazo para o fazer.
O objeto da oferta é constituído pela totalidade das 84.513.180 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1,06 euros, representativas do capital social e dos direitos de voto da sociedade visada, indicou a Cofina no anúncio preliminar da oferta.
A Cofina, empresa liderada por Paulo Fernandes, espera que a compra da Media Capital resulte em sinergias de 46 milhões de euros.
Além disso, a dona do Correio da Manhã estima que a compra esteja concluída no primeiro semestre de 2020.
A transação está sujeita a certas condições, em particular a aprovação dos reguladores e a realização de um aumento de capital da Cofina em 85 milhões de euros para o financiamento parcial da compra da participação da Prisa na Media Capital, que detém a TVI.
A Cofina espera financiar a operação de compra com 220 milhões de euros de dívida ('debt financing') e 85 milhões de euros do aumento capital.
Segundo a empresa, 50 milhões de euros de fundos captados serão utilizados para pagar os custos da transação e refinanciar a dívida líquida da Cofina.
Além disso, metade do aumento de capital será garantido pelos acionistas principais.
O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CM TV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos.
Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto que celebra 26 anos, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África.
A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.
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