Pinturas, esculturas, mobiliário, vestuário e vários objetos pessoais e decorativos reunidos pelo primeiro estilista japonês a impor-se no mundo da alta costura parisiense, grande parte deles guardados na sua última residência, na capital francesa, vão ser expostos antes do leilão.

Falecido aos 81 anos, vítima de covid-19, o criador tinha decorado o seu apartamento em Saint-Germain-des-Prés com peças de arte antiga, moderna e contemporânea, muito diversas, desde arte chinesa e pré-colombinana a 'art deco', assim como com quadros da sua autoria, que também serão exibidos pela primeira vez.

A totalidade do mobiliário do apartamento do estilista será exposta entre 07 e 10 de maio, em Paris, segundo a leiloeira.

Nos anos 1970, Kenzo criou uma casa, e respetivo jardim, no estilo japonês, no centro de Paris, mas, em 2009, aos 70 anos, trocou-a por um apartamento.

O estilista, que vendeu sua marca de roupa à ‘holding’ francesa Moët Hennessy Louis Vuitton em 1993, e se aposentou da moda seis anos depois, é conhecido pelos seus estampados gráficos e florais.

Nascido em 27 de fevereiro de 1939, em Himeji, perto de Osaka, no Japão, Kenzo Takada era apaixonado por desenho e costura, um mundo ao qual acedeu através dos ensinamentos das irmãs.

Chegou a França em 1965, por via marítima, ao porto de Marselha, seguindo depois para Paris, cidade que o fascinou.

Kenzo pensava que estava apenas de passagem, mas estabeleceu-se definitivamente na capital francesa.

A sua primeira coleção data de 1970, desenhada a partir de uma boutique da Galerie Vivienne, e, em 1976, mudou-se para um espaço maior, na Place des Victoires, e fundou a sua marca, com o seu primeiro nome.

A criação da sua primeira linha masculina data de 1983, e o primeiro perfume, "Kenzo Kenzo", de 1988.