“Nós somos defensores da democracia e dos valores democráticos, e reconhecemos Juan Guaidó como o único presidente legítimo da Venezuela e a Assembleia Nacional (parlamento) como o único órgão legítimo, democrático, que tem esse país”, disse o Presidente da Colômbia aos jornalistas.
Segundo Iván Duque, a Colômbia “tem denunciado a ditadura, como o têm feito muitos países do mundo” e “não é apenas a Colômbia, há mais de 50 países que reconheceram Juan Guaidó e a Assembleia Nacional e que pedem o fim essa ditadura”.
“Nós não temos planos de agredir ninguém mas também somos claros, a Colômbia não vai deixar de denunciar o que está a acontecer com essa ditadura que está a proteger grupos terroristas no seu território, para atentar contra a Colômbia, como é o caso do Exército de Libertação Nacional (ELN)”, explicou.
O Presidente da Colômbia insistiu que tem tido uma posição política clara sobre o regime do Presidente Nicolás Maduro e o comportamento do Governo venezuelano de amparar membros das subversivas Forças Aéreas Revolucionárias da Colômbia, afirmando que isso “viola o Direito Internacional, a resolução 1373 das Nações Unidas”.
“O convite respeitoso é a que a própria ONU, com a evidência que existe, também faça respeitar não apenas a Carta da organização, mas a resolução que proíbe aos países apoiarem, promoverem e patrocinarem terroristas no seu território para atentar contra outros Estados”, disse.
Iván Duque sublinhou ainda que “Nicolás Maduro é um ditador responsável pela pior crise humanitária e migratória que a América Latino viu” e que é impossível um diálogo porque o Governo venezuelano “é inimigo da democracia”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu quarta-feira à Venezuela e à Colômbia que dialoguem para baixar as tensões entre os dois países.
“Temos visto as informações sobre exercícios militares. Esperamos que, através do diálogo, os dois países possam encontrar uma maneira de baixar as tensões existentes”, disse o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, citando declarações do secretário-geral da ONU.
Mais de 150 mil militares das Forças Armadas Venezuelanas (FAV) iniciaram na terça-feira os exercícios militares “Venezuela, soberania e paz 2019″, por determinação do Presidente do país, Nicolás Maduro, nas proximidades da fronteira com a Colômbia.
Os exercícios começaram um dia depois de Nicolás Maduro acusar a Colômbia de tentar recrutar militares venezuelanos para atacar o sistema de defesa do país.
Caracas insiste que a Colômbia pretende levar a cabo “um conflito armado, uma guerra entre os dois países” e apelou aos países da América Latina e Caraíbas para que intercedam a favor da paz entre os dois estados.
Os exercícios militares vão decorrer até 28 de setembro, para “afinar todos os mecanismos de implantação da capacidade de defesa” da Venezuela, segundo Caracas.
Em 05 de setembro, o chefe de Estado venezuelano anunciou que iria introduzir um sistema de mísseis para defesa antiaérea nas regiões fronteiriças com a vizinha Colômbia, depois de a oposição anunciar que vai colaborar com as autoridades colombianas para localizar eventuais grupos guerrilheiros e paramilitares que Bogotá diz estarem na Venezuela.
Depois de mais de um ano de paradeiro desconhecido, o antigo número dois das FARC e principal negociador do acordo de paz de 2016, Iván Márquez, reapareceu a 29 de agosto último, num vídeo, com outros ex-líderes do grupo, anunciando o regresso às armas.
Comentários