Netanyahu diz que morte de Nasrallah é um "ponto de viragem histórico" para Israel. O líder Israelita acrescentou que o assassinato de Nasrallah fará libertação de reféns em Gaza "avançar". E que Israel havia acertado as contas com o chefe da organização islamista libanesa Hezbollah, Hassan Nasrallah, assassinado na véspera num bombardeamento israelita na periferia de Beirute.
Estas são as primeiras declarações públicas de Benjamin Netanyahu desde o anúncio da morte de Hassan Nasrallah.
"Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses", disse Netanyahu na sua primeira declaração após a morte de Nasrallah.
A eliminação, num bombardeamento israelita, do líder do movimento islamista libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, permitirá "avançar" na libertação dos reféns sequestrados em Israel e levados para Gaza por milicianos do Hamas há quase um ano, afirmou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Enquanto o "terrorista" estivesse vivo, ele poderia ter "restaurado rapidamente as capacidades do Hezbollah que havíamos enfraquecido" numa série de operações recentes, afirmou Netanyahu. "Então, dei a ordem, e Nasrallah não está mais entre nós", declarou.
A morte de Nasrallah, prosseguiu, representa "o que parece ser um ponto de viragem histórico" na luta de Israel contra os seus "inimigos". Segundo o premier, confrontado com numerosas críticas por sua política desde o início da guerra em Gaza, há quase um ano, matar o líder do Hezbollah era essencial para atingir os objetivos de Israel.
A seu ver, a eliminação do dirigente apoiado pelo Irão permitirá "avançar" na libertação dos reféns sequestrados em Israel e levados para a Faixa de Gaza por milicianos do Hamas em 7 de outubro de 2023, em uma incursão que desencadeou a guerra nesse território palestiniano.
"Estamos determinados a continuar a atingir os nossos inimigos", declarou também Netanyahu ao regressar de Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU.
O Hezbollah confirmou hoje a morte de Nasrallah horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita libanês pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização realizado na sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute.
Nas mesmas declarações, Netanyahu disse que as mortes de outros comandantes importantes do Hezbollah não foram suficientes e que ele próprio decidiu que Nasrallah também precisava de ser eliminado.
Israel já tinha matado em 20 de setembro o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute, em que morreram também 16 outros membros do Hezbollah e dezenas de civis.
No final de julho, num outro atentado à bomba em Beirute, foi morto o então número dois do Hezbollah, Fuad Shukr.
O governante israelita acusou Nasrallah de ser “o arquiteto” de um plano para “aniquilar” Israel.
Nas mesmas declarações, Netanyahu afirmou que, após a eliminação de Nasrallah, Israel está determinado “a continuar a atacar” os seus inimigos, que o país está num “ponto de viragem histórico” e que “acertou as contas”.
Também defendeu que a morte de Nasrallah “faz avançar” o regresso dos reféns de Gaza, onde trava uma guerra com o grupo islamita palestiniano Hamas, aliado do Hezbollah, desde outubro de 2023.
Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.
Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.
*Com agências
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