Para Manuel Heitor, importa “estimular a capacidade empreendedora” da sociedade portuguesa, explorando áreas diversas relacionadas com o espaço, meio século depois da chegada do Homem à Lua, em 20 de julho de 1969.

Manuel Heitor falava à agência Lusa, a propósito do lançamento em Coimbra, na segunda-feira, de um programa que visa mobilizar as empresas e as universidades para as indústrias do espaço, promovendo negócios “focados sobretudo na observação da Terra”, com destaque para áreas como a agricultura, as pescas e o desenvolvimento urbano.

Na sua opinião, trata-se de uma oportunidade de “criar mais e melhores mais empregos”, que abrange “uma gama muito alargada de setores e tecnologias com importância social e económica”.

O ministro da Ciência entende que Portugal tem atualmente condições para prosseguir uma estratégia “muito orientada para estudantes e investigadores universitários”, face a “um leque alargado de oportunidades de baixos custos”, que permitem avançar com negócios inovadores tendo em vista os mercados globais.

A chegada dos astronautas norte-americanos do voo espacial Apolo 11 ao satélite natural da Terra constituiu “um grande passo da Humanidade” e, também em Portugal, a celebração do cinquentenário do acontecimento “deve envolver as escolas, os empresários e o público em geral”, defendeu Manuel Heitor.

“O espaço é atualmente sobretudo uma área de atividades empresariais, que está a abrir novas oportunidades” de negócio em diversos domínios, disse o ministro.

Também para Carlos Cerqueira, diretor do departamento de Valorização do Conhecimento e Inovação do Instituto Pedro Nunes (IPN), ligado à Universidade de Coimbra (UC), as indústrias do espaço constituem “uma área que hoje é vital para a economia”.

“São indústrias que geram emprego e riqueza e fazem avançar a economia”, sublinhou.

Nos anos 60 do século XX, a corrida ao espaço, envolvendo equipas científicas da antiga União Soviética, primeiro, e dos Estados Unidos da América, depois, “revelou ser de uma utilidade extrema” para as sociedades.

Entre outros exemplos destes avanços, Carlos Cerqueira referiu os fatos dos astronautas, “que acabaram por ser usados pelos bombeiros” e as viseiras dos seus capacetes, depois utilizadas por “ciclistas e outros desportistas”, bem como “aparelhos de monitorização do corpo” no espaço, que vieram a ser introduzidos em diferentes procedimentos na área da saúde humana.

“Não é só ir ao espaço, é mesmo fazer negócios na Terra”, acrescentou

Na segunda-feira, realiza-se em Coimbra o “Portugal new space evening: entrepreneurs meet space at the 50th anniversary of the man on the moon” (“Noite do novo espaço de Portugal: empresários encontram espaço no 50º aniversário do Homem na Lua”, organizado em conjunto pelo IPN e Agência Espacial Portuguesa.

Com entrada gratuita, o programa, às 20:00 no Teatro Académico Gil Vicente, inclui a apresentação da iniciativa “Portugal New Space Entrepreneurship Initiative 2030” pelo ministro da Ciência e um concerto do pianista Júlio Resende.

Além de Manuel Heitor, intervêm na sessão o reitor da UC, Amílcar Falcão, e a presidente do IPN, Teresa Mendes.

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