A existência de focos de prostituição e de tráfico de droga, bem como de vários sem-abrigo, na Baixa de Coimbra, preocupa os comerciantes e prejudica o seu negócio, disse à agência Lusa o presidente da APBC, Vitor Marques, sublinhando que em setembro foi enviado um ofício à Câmara a alertar nesse sentido.

Apesar de ter sido efetuada uma intervenção de requalificação urbana recente na zona do Terreiro da Erva, que era conhecida pelo tráfico e consumo de droga, “acaba por haver uma deslocação dessas pessoas para outras zonas da baixa”, constatou.

Para a APBC, é necessário “resolver esse problema” com uma resposta “que não pode pôr em causa o ser humano que ali está”.

Segundo Vitor Marques, será necessária uma resposta social e não coerciva para solucionar um problema que afeta a Baixa de Coimbra há muitos anos.

O responsável afirmou ainda à agência Lusa que em maio foi enviado um outro ofício à Câmara de Coimbra com várias propostas para ajudar a dinamizar o comércio da Baixa, que estão sem resposta.

Entre elas, a APBC propõe que os parques de estacionamento camarários sejam gratuitos ao sábado à tarde, publicidade nos transportes urbanos à Baixa de Coimbra e isenção de licenças de ocupação do espaço público para comerciantes que queiram colocar pequenos objetos de “embelezamento”.

Vitor Marques falava à Lusa na sequência da reunião de comerciantes da Baixa de Coimbra que decorreu na terça-feira à noite, em que foram debatidas propostas para a época natalícia.

“A grande preocupação é a iluminação condigna do Centro Histórico que não se limite” à faixa principal da baixa, mas às suas várias artérias, sublinhou.

A organização da época natalícia, com um orçamento de 24 mil a 30 mil euros, tem como prioridades a formação e apoio na decoração de montras, sonorização da Baixa, animação de rua com música, animação para o público infantil e uma tômbola que terá um cabaz com ofertas de várias lojas, referiu.

Para além destas propostas, também é desejo dos comerciantes criar uma “tenda de Natal”, dinamizar arruadas, visitas guiadas, concertos em varandas de casas da Baixa e um ciclo de cinema, explanou.

As propostas serão enviadas até 31 de outubro à autarquia, de forma a ser articulado um programa de animação conjunto entre a APBC e o município, que deverá ficar definido em novembro.