Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do BE confirmou a realização da reunião, que não estava prevista para hoje e em que esteve em discussão a crise política que se abriu com a questão dos professores e a declaração ao país do primeiro-ministro, António Costa.
Segundo os estatutos do partido, "a Mesa Nacional elege entre os seus membros, para tarefas de direção, representação e de aplicação das suas deliberações, uma comissão política".
Fazem parte da atual comissão política nomes como Catarina Martins, Jorge Costa, Luís Fazenda, Mariana Mortágua, Marisa Matias ou Pedro Filipe Soares.
Hoje à tarde, também na sede do BE, em Lisboa, e pouco mais de uma hora depois da declaração de António Costa ao país, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, criticou a precipitação do "ultimato do Governo à direita" ao trazer uma "instabilidade política dispensável", considerando "triste e errado" dar-se a PSD e CDS-PP "o prémio" de decidir se a legislatura chega ao fim.
"A direita sempre disse que os acordos à esquerda seriam um fogacho e não chegariam ao fim da legislatura. Dar agora, a essa mesma direita, o prémio de decidir se a atual solução política cumpre ou não a legislatura até ao fim, é triste e é errado", condenou a líder bloquista, considerando que este ultimato é "uma precipitação".
Na declaração ao país, o primeiro-ministro anunciou que comunicou ao Presidente da República que o Governo se demitirá, caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global no parlamento.
"O ultimato do Governo à direita vem introduzir uma instabilidade política que nos parece dispensável", lamentou Catarina Martins, citando o primeiro-ministro que, na declaração que fez ao país, afirmou que BE e PCP foram coerentes com a sua posição.
Assim, para líder bloquista, "o incómodo do primeiro-ministro não terá nada a ver com a posição do BE, nem do PCP, porque o próprio primeiro-ministro o acabou de afirmar".
A advertência de António Costa foi feita numa declaração ao país, depois de ter estado reunido cerca de 40 minutos com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da crise política aberta com a aprovação pelo parlamento, apenas com os votos contra do PS, da recuperação do tempo total de serviço dos professores no período em que houve congelamento de progressões.
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