O Comité para a Eliminação da Discriminação Racial justificou o recurso a “um primeiro aviso e a um procedimento de ação urgente” com a multiplicação de manifestações racistas nos Estados Unidos.

Apontou em particular os tumultos em Charlottesville, no Estado da Virgínia, onde uma mulher foi morta no dia 12 de agosto depois de um supremacista branco ter arremetido o seu veículo contra um grupo de manifestantes antirracistas.

O comité, que depende do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pode emitir um aviso formal para impedir “problemas existentes de se transformarem num conflito” ou “uma ressurgência de um conflito já existente”, de acordo com o seu ‘site’ oficial.

O presidente norte-americano, Donald Trump, foi alvo de numerosas críticas após os seus comentários sobre os confrontos em Charlottesville, em que atribuiu responsabilidades “aos dois lados”.

O comité instou o governo norte-americano, “assim como os políticos e os responsáveis públicos, a rejeitarem e condenarem sem ambiguidades e incondicionalmente os discursos de ódio racista”, sem mencionar o nome do chefe de Estado norte-americano.

“Estamos preocupados com as manifestações racistas, acompanhadas de ‘slogans’ abertamente racistas, de cantos e saudações de nacionalistas brancos, de neonazis e do Ku Klux Klan, que promovem a supremacia branca e incitam à discriminação racial e ao ódio”, sublinhou a presidente do comité, Anastasia Crickley, num comunicado divulgado hoje.

Durante os últimos 10 anos, foi lançado um “primeiro aviso” em sete ocasiões, sobretudo contra países envolvidos em conflitos étnicos e religiosos, como o Burundi, a Nigéria, o Iraque e a Costa do Marfim.