Conte demitiu-se e culpou o eleitoralismo de Salvini.

Um homem sequestrou um autocarro no Brasil com um arma de brincar. Ninguém foi ferido e o sequestrador foi abatido pela polícia.

Paul Pogba, jogador do Manchester United, foi, entre ontem e hoje, alvo de vários insultos racistas depois de ter falhado uma grande penalidade no encontro diante do Wolves, a contar para a Premier League.

São três notícias que podiam ser ao mesmo tempo retratos, lembretes de como o populismo está aqui tão perto e tão vivo, da violência que nasce despercebida por um brinquedo e que faz parar uma das maiores cidades do mundo, de como o desporto rei, aquele que é formador de tantos jovens, continua com um lado decrépito tão vivo.

O mundo não é só isto, mas também é isto. Aqui estão três sugestões para o tentar perceber melhor:

1 - O filme “Carfanaum”, que ganhou o Prémio do Júri em Cannes, conta a história Zain de 12 anos, um jovem refugiado que processa os pais por o terem trazido ao mundo. É absolutamente avassalador e não sendo a crise dos refugiados o único motivo pelo qual a aliança entre Conte e Salvini cai, com o navio “Open Arms” ali atracado enquanto tudo isto acontece, não pode deixar de ser um símbolo gritante da crise que Itália atravessa.

2 - O documentário da Netflix, “Democracia em Vertigem”, mostra-nos o Brasil. Veja e, se possível, vá de seguida jantar ao “Dona Beija, o Boteco em Lisboa” enquanto vê um jogo do Brasileirão para restituir a esperança numa das mais belas culturas do mundo

3 - “Sunderland till I die”, “Les Bleus” e “Last Chance U” são só três exemplos, mas ajudam-nos a perceber bem, primeiro, a importância do futebol nas comunidades, segundo, o peso do desporto na formação dos mais jovens, como atletas e como indivíduos.

Hoje o dia foi assim por Tomás Albino Gomes