Em comunicado, o PSD salienta que, na quarta-feira, o ministro foi substituído na audição parlamentar pela secretária de Estado, Isabel Oneto, “com o argumento infeliz de que ela seria do Porto”.

“Ora, se o PSD achasse que a responsabilidade política pela situação vivida no Porto era da secretária de Estado, certamente teria solicitado a sua audição. O que não aconteceu”, destaca a concelhia.

Para o PSD, José Luís Carneiro “tinha o dever de estar presente”, defendendo que a sua ausência na Comissão Parlamentar “configura um desrespeito pelo Porto” e “uma desresponsabilização” pelos problemas da cidade.

A concelhia destaca ainda que, durante a Comissão Parlamentar, os deputados sociais-democratas não tiveram oportunidade de ouvir as explicações do ministro sobre as questões de segurança vividas na cidade, “que resultam das cativações e da incompetência na resolução dos problemas por parte do Governo”.

Além do “número insuficiente” de efetivos, o PSD salienta que faltam às forças policiais viaturas “em condições de operacionalidade”.

“Dado que o senhor ministro da Administração Interna não quis dar a cara perante a situação que se vive na cidade do Porto, o PSD apela ao primeiro-ministro, responsável pela coordenação do Governo, que sejam criadas condições para a formação urgente de novos efetivos policiais”, afirmam os sociais-democratas, instando o Governo a assumir as suas responsabilidades.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) escusou-se a comentar.

Na quarta-feira, a secretária de Estado da Administração Interna substituiu José Luís Carneiro na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, cujo debate se centrou na falta de capacidade operacional da PSP no Porto, na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD.

Na audição, a secretária de Estado defendeu que, no combate ao tráfico de droga, é necessário trabalhar com as autarquias e acabar com os bairros degradados que potenciam comportamentos desviantes, e disse ser também preciso "olhar com serenidade" para os dados sobre a segurança interna.

"Quando dizemos que o Porto é um barril de pólvora estamos a gerar insegurança porque não corresponde aos dados que temos", referiu, destacando que, no ano passado, houve um reforço de 185 efetivos na PSP do Porto e que o curso de formação, que ainda decorre, irá permitir "reforçar vários comandos distritais e metropolitanos".