A comissão eleitoral nacional informou hoje que o partido Servidor do Povo (Sluha Narodum, SN) do Presidente Volodymyr Zelensky garantiu 43% dos votos para os 225 lugares no Verkhovna Rada (o parlamento unicameral) que são eleitos por escrutínio proporcional, num total de 450 deputados. Os candidatos do partido também lideravam a votação para os 176 dos 199 lugares escolhidos nas diversas comunidades eleitorais.
A comissão eleitoral disse que o partido pró-russo liderado por Viktor Medvedchuk, um aliado próximo do Presidente russo Vladimir Putin, garantiu a segunda posição a nível nacional com 13% dos votos, e elegeu 19 lugares individuais.
Zelensky, que tomou posse em maio, prometeu combater a enraizada corrupção no país.
Enfrenta ainda o desfio de tentar terminar com a guerra que se prolonga há cinco anos no leste da Ucrânia entre o exército e os separatistas pró-russos, que provocou mais de 13.000 mortos e implicou uma séria quebra no nível de vida da população, num país já considerado dos mais pobres da Europa.
O líder do SN, Dmytro Razumkov, já referiu que as principais medidas a aprovar pelo novo Verkhovna Rada incluem o fim da imunidade dos deputados suspeitos de corrupção, o estabelecimento de procedimentos para a destituição presidencial e a criação de agências anticorrupção independentes do Presidente e do parlamento.
Zelensky, um antigo comediante e empresário de espetáculos, sem experiência política mas com uma forte agenda anticorrupção, derrotou por larga margem o ex-Presidente Petro Poroshenko — no poder entre 2014 e 2019 — ao garantir 73% de votos na segunda volta das presidenciais em abril.
A sua vitória e o resultado das eleições legislativas refletem a frustração da Ucrânia com os círculos políticos do poder, e quando o país mantém uma guerra prolongada, regista desordem social, perdeu a Crimeia e prossegue o declínio económico.
De acordo com o analista Volodymyr Fesenko, citado pela agência noticiosa AP, o grande desafio de Zelensky será encontrar o equilíbrio possível entre um novo impulso para as reformas económicas liberais e a resolução dos problemas sociais e da pobreza.
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