“Na última noite, um cataclismo atingiu a Europa. Uma agressão brutal desencadeada por Vladimir Putin e pelo Kremlin contra seres humanos. Um ataque militar em larga escala à população ucraniana. E este ataque injustificado e não provocado é algo que não se via em território europeu desde o fim da II Guerra Mundial”, declarou Charles Michel, após um encontro na sede da NATO com o secretário-geral da Aliança e com a presidente da Comissão Europeia.
Charles Michel, que decidira na quarta-feira convocar uma cimeira de urgência de líderes da União Europeia (UE) para hoje — ciente de que “a situação estava a deteriorar-se dramaticamente no terreno, mas sem saber que esta invasão militar teria lugar durante a última noite”, admitiu -, adiantou que o Conselho Europeu deverá chegar hoje a um acordo de princípio sobre um novo “pacote de sanções maciças e direcionadas” a Moscovo, mas não só.
“Também decidiremos ajuda política, financeira e humanitária à Ucrânia e à sua população. Cidades ucranianas foram atingidas e morreram pessoas inocentes. Mulheres, homens e crianças estão a fugir para salvar a vida, e precisam do nosso apoio mais do que nunca”, sublinhou.
O presidente do Conselho Europeu indicou que os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, irão também discutir na cimeira de hoje à noite “as implicações geopolíticas, económicas e humanas desta agressão contra a Ucrânia”.
“Um ataque à paz e segurança na Europa é também um ataque às fundações da nossa UE, um projeto de paz e prosperidade para todos os europeus”, comentou Charles Michel.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
A situação vai ser discutida hoje à noite em Bruxelas pelos chefes de Estado e de Governo da UE, numa cimeira extraordinária com início agendado para as 20:00 locais (19:00 de Lisboa).
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