“O destino da Europa está a ser determinado na Ucrânia. Se Putin não encontrar a resposta adequada, se não for parado agora, ele irá mais longe, colocando todos os Estados europeus sob grave risco”, assegurou Alina Ponomarenko, numa declaração em inglês.
E acrescentou: “A Rússia é terrorista. A Rússia é assassina”.
A cônsul juntou-se, na noite de hoje, a centenas de participantes numa missa na igreja do Marquês, no Porto, e depois, na praça contígua, à vigília “Com a Ucrânia no Coração”, sob organização da paróquia católica de Nossa Senhora da Conceição e da comunidade ortodoxa de São Pantaleão, em que oito em cada 10 dos fiéis são ucranianos.
Noutro ponto da sua declaração, proferida na Praça do Marquês, Alina Ponomarenko disse que com os ataques da tropas russas, Kiev vive “o momento mais horrível desde 1941, quando foi atacada pela Alemanha nazi”.
Referindo que o povo ucraniano “está morrendo pela liberdade” do seu país e da Europa”, a cônsul instou a comunidade internacional a “mostrar solidariedade, através da imposição imediata de sanções coordenadas massivas contra a Rússia”.
Pediu, nomeadamente, o isolamento da Rússia em todos os fóruns internacionais possíveis, um embargo comercial “incluindo no setor do gás, apoio à Ucrânia com armas” e tudo o que for necessário “para combater o maior exército do continente”.
Antes, na homilia da missa que concelebrou, o bispo auxiliar da diocese católica do Porto Armando Esteves Domingues disse que “é necessário despertar da apatia”.
“O nosso grito tem de ser de solidariedade e esperança”, afirmou.
Numa nota a propósito desta iniciativa, a paróquia católica de Nossa Senhora da Conceição citou uma passagem da encíclica do Papa Francisco ‘Fratelli Tutti’: “Toda a guerra deixa o mundo pior do que o encontrou. A guerra é um fracasso da política e da humanidade, uma rendição vergonhosa, uma derrota diante das forças do mal”.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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