O Sudão está a viver um grande conflito após a eclosão de combates entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).
“As agressões contra civis duplicaram (…). Por isso, apelo a todos os nossos ilustres cidadãos, ‘o povo de Darfur’, jovens, mulheres e homens, a pegarem em armas para proteger os seus bens”, disse o governador da região na rede social Twitter.
Minni Arko Minawi, ex-líder do grupo rebelde Movimento de Libertação do Sudão, foi nomeado governador de Darfur em 2021, após a assinatura de um acordo de paz entre o Governo sudanês e grupos insurgentes que operam nesta região do país, palco de uma sangrenta guerra étnica entre 2003 e 2008.
Minawi indicou que “os movimentos da luta” no Darfur vão dar apoio aos cidadãos “em todas as situações de defesa”.
A região, especialmente o estado de Darfur Oeste, tem sido uma das mais atingidas pelo conflito que eclodiu em 15 de abril entre o exército e as FAR e que, até agora, já causou a morte de mais de 700 civis, segundo o ONU.
No entanto, o conflito no Darfur adquiriu conotações étnicas e têm ocorrido confrontos entre diferentes tribos da região que, segundo o Ministério da Saúde sudanês, causaram entre 450 e 510 mortos, a destruição de instalações públicas e o deslocamento de milhares de cidadãos.
O exército sudanês acusou as FAR de iniciar estes confrontos tribais, uma vez que o grupo paramilitar foi formado pelas chamadas milícias ‘janjaweed’, acusadas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante o conflito de Darfur entre 2003 e 2008.
Esta guerra causou a morte de mais de 300.000 pessoas e o deslocamento de cerca de 2,5 milhões de pessoas.
Mais de metade da população do Sudão, um dos países mais pobres do mundo, agora precisa de ajuda humanitária para sobreviver, segundo a ONU.
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