A agência de notícias oficial norte-coreana (KCNA) informou hoje que Kim presidiu uma reunião da Comissão Militar Central (CMC) na terça-feira e que "suspendeu os planos de ação militar contra o sul".

A Coreia do Norte também começou hoje a desmontar os altifalantes instalados há dois dias nas regiões fronteiriças para transmitir propaganda contra a Coreia do Sul, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Além disso, os órgãos de propaganda de Pyongyang excluíram artigos que, na internet, criticavam a Coreia do Sul, segundo o Ministério da Unificação sul-coreano.

Esse desejo aparente de conciliação por parte de Pyongyang é incomum.

Vários especialistas suspeitaram que a Coreia do Norte estava a usar como pretexto o envio de panfletos para criar uma crise e obter concessões dos sul-coreanos, num momento em que as negociações internacionais sobre energia nuclear estão estagnadas.

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul disse que está a estudar "de perto" as declarações da KCNA, que disseram que a reunião de terça-feira foi realizada por videoconferência, o que seria a primeira vez, de acordo com aquele departamento governamental.

Seul reagiu fortemente à demolição do escritório de ligação, bem como as acusações lançadas pela irmã e conselheira de Kim Jong-un, Kim Yo-jong, que tem sido recentemente o rosto do regime norte-coreano.

Depois de quebrar os canais oficiais de comunicação, a Coreia do Norte destruiu na semana passada o escritório de ligação entre os dois países aberto em setembro de 2018, ao norte da zona desmilitarizada (DMZ, na sigla em inglês) entre os dois Estados.

O exército norte-coreano também afirmou, ao mesmo tempo, que empreenderia várias ações contra Seul.

Isso incluía a ocupação de locais destinados à cooperação inter-coreana, a volta de postos de guarda na zona desmilitarizada e a intensificação de manobras militares.