No debate quinzenal de hoje, a coordenadora do BE, Catarina Martins, questionou António Costa sobre a situação de Miguel Duarte, considerando "importante que o Estado Português lhe preste todo o apoio que ele merece e remeta ao Estado italiano a expressão formal do repúdio por esta perseguição a todos quantos põem a Humanidade em primeiro lugar".
"O Governo nunca foi contactado por Miguel Duarte. Soubemos do caso pela comunicação social e naturalmente asseguraremos todo o apoio diplomático e consular como é devido a qualquer cidadão em qualquer tipo de circunstância", assegurou o primeiro-ministro.
Quanto ao mais, continuou António Costa, o Governo desconhece o caso porque nunca foi transmitido "qualquer informação por parte desse cidadão".
"Reuni-me esta manhã com o Miguel Duarte, que nos deu conta de que as missões civis de salvamento desapareceram por causa desta perseguição e de ameaças de processos. É bom notar que os civis que no Mediterrâneo salvam vidas de forma altruísta o fazem sempre em articulação com as entidades oficiais", detalhou Catarina Martins.
No final da reunião que teve hoje de manhã com a líder bloquista, o jovem ativista tinha afirmado que que ainda não recebeu qualquer contacto do Governo português, assumindo que não esperava tanta solidariedade da campanha de 'crowdfunding'.
Miguel Duarte e mais nove ex-tripulantes do Iuventa, um navio pertencente à organização não-governamental (ONG) alemã de resgate humanitário no Mediterrâneo, foram constituídos arguidos e estão sob investigação em Itália por suspeita de ajuda à imigração ilegal.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português garantiu todo o apoio a Miguel Duarte, sublinhando que é preciso ter noção de que as suas ações "são inspiradas por razões humanitárias".
No mesmo dia, a 26 dias do prazo final, a campanha lançada pela plataforma HuBB - Humans Before Borders que pretendia angariar 10 mil euros para apoiar a defesa do estudante português, tinha angariado até às 15:30 de hoje 25.240 euros doados por 1.389 apoiantes, através da página de financiamento colaborativo PPL, duplicando assim o objetivo que tinha estabelecido.
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