Em julho o Conselho de Estado foi interrompido para que Costa fosse ver a final do Mundial de Futebol Femino. Durante as férias, que foram tudo menos isso, Marcelo Rebelo de Sousa escreveu e ensaiou o discurso. Avisou o país que apenas iria falar meia a hora e, segundo o que se sabe, cumpriu a promessa.
Meia hora em que terá feito um extenso comentário ao Estado da Nação, no qual deixou a neutralidade de parte e terá sido crítico - mas não muito - da governação. Podemos apenas concluir, num salto lógico, que as animosidades, desde a não demissão de Galamba, entre Marcelo e Costa não ficaram sanadas. E já que é de suposições que se fala, o veto do Presidente da República e os comentários ao programa Mais Habitação não terão ajudado a atenuar o clima tenso que, segundo o jornal Expresso, se viveu no Palácio de Belém.
É que, durante a análise do Presidente da República, Costa esteve calado, assim como ao longo das três horas de reunião em que os conselheiros elogiaram unanimemente a ida de Marcelo à Ucrânia, com a devida exclusão de Costa que não disse bem, nem mal.
Mas o silêncio de Costa foi mesmo só a partir das 15h10, porque durante a manhã deixou bem claras quais as mensagens que queria deixar a Marcelo. “A função de um primeiro-ministro não é ser comentador, mas ser fazedor", disse. Desde abril que Costa e Marcelo usam os microfones e as páginas dos jornais para deixar mensagens um ao outro. Também já Marcelo tinha dito saber que a maioria ia aprovar o diploma que o PR havia vetado, mas lembrou, em jeito de ameaça, que a regulamentação ainda lhe iria passar pelas mãos.
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