Esta posição de António Costa sobre a necessidade de acordo com o PSD em matérias como o novo aeroporto de Lisboa e as linhas de alta velocidade ferroviária foi transmitida no final de um almoço na Câmara do Comércio Luso Espanhola e depois por si globalmente repetida em declarações aos jornalistas.
Na sua intervenção em resposta a uma pergunta formulada por um empresário espanhol, o líder do executivo português referiu que a direção cessante do PSD, de Rui Rio, evoluiu na sua posição relativamente à decisão apontada pelo executivo de Pedro Passos Coelho, tendo exigido a realização de uma avaliação ambiental estratégica entre as opções do Montijo e de Alcochete.
“Como é sabido, agora, a liderança da oposição está em alteração e, neste momento, aguardo que no próximo mês tenhamos um novo líder da oposição para saber se o acordo é Montijo, se é Alcochete, ou qual é o acordo”, disse.
Depois, deixou um comentário irónico: “Pela minha parte, conheço 20 boas razões para cada uma das localizações e também conheço todas as razões para que nenhuma dessas localizações seja boa e, portanto, por mim é só decidir”.
“Por mim, só tenho um critério: Aquilo que a oposição entender é aquilo que fazemos, mas não podemos perder mais tempo relativamente ao novo aeroporto”, declarou, ainda em modo de ironia.
Em relação à projeção de linhas de alta velocidade ferroviária – uma questão também em termos de ligações à rede espanhola -, António Costa disse que também terá de ouvir o novo presidente do PSD, o que provocou uma gargalhada na plateia.
“Para o mês que vem, quando tivermos um novo líder da oposição, além do aeroporto, podemos também fixarmo-nos de uma vez por todas sobre o traçado da linha de caminho de ferro”, afirmou, pedindo depois às pessoas da plateia para não se rirem.
“Não riam porque não tem graça, é dramático mesmo. Eu fui oito anos presidente da Câmara de Lisboa e deixei ao meu sucessor duas estantes enormes com estudos sobre aeroportos. Estudos que demonstravam que a Ota é que era; estudos que demonstravam que Rio Frio é que era, que a Alcochete é que era, depois outros que diziam que a Portela era mais do que suficiente e ainda outros sobre Portela mais Alverca, Portela mais Sintra ou Portela mais Montijo”, referiu.
Ou seja, segundo António Costa, “há ótimos argumentos para todos, há argumentos contra todos e só falta mesmo uma coisa: Decidir e fazer”.
“É uma decisão que para ser estável deve envolver os dois maiores partidos e enquanto as lideranças dos dois maiores partidos também são estáveis, porque a experiência também nos ensina que basta a mudança na liderança de um dos partidos para, mesmo quando o outro aceitou a posição do outro, já não é suficiente”, apontou.
Por isso, esse acordo, frisou o líder do executivo, terá de ser feito “já no princípio do novo mandato do novo líder da oposição”.
“Depois esperar que nos próximos quatro anos e seis meses se deem os passos irreversíveis”, acrescentou.
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