“Esta urgência de reavaliação da ação da Administração Central prende-se com a gravidade da situação nacional, pois defendemos que se não houver uma intervenção imediata, os efeitos desta pandemia ultrapassarão largamente a crise de saúde pública e assumirão um cenário de grave crise social e económica”, lê-se num comunicado de imprensa da autarquia divulgado hoje, depois de o executivo municipal ter estado reunido na sexta-feira.

Segundo a Câmara da Trofa, "se não houver uma intervenção imediata, os efeitos desta pandemia ultrapassarão largamente a crise de saúde pública e assumirão um cenário de grave crise social e económica”.

Por exemplo, o município considera o confinamento decretado aos fins de semana, a partir das 13:00, como um “ataque sem precedentes à restauração e ao comércio”, acrescentando terem sido divulgados dados que revelam que a taxa de contágio nos restaurantes é residual.

“Em nome dos empresários da restauração e do comércio da Trofa, vimos exigir ao Governo a alteração, com caráter urgente, dos horários do confinamento aos sábados e domingos, alargando a possibilidade de circulação até às 15:00, garantindo assim este pequeno balão de oxigénio à economia local, permitindo que pelo menos garantam as receitas provenientes dos almoços”, é referido.

A Câmara da Trofa acrescenta ainda que para limitar a propagação da covid-19 é necessário “encerrar os grandes centros comerciais” de Lisboa e Porto, porque são espaços que “chamam clientes de vários concelhos, que recorrem muitas vezes aos transportes públicos para as suas deslocações”.

A autarquia pede também esclarecimentos ao Ministério da Saúde e à Administração Regional de Saúde do Norte sobre a atual capacidade de reposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no município, tanto a doentes com covid-19 como aos que padeçam de outras doenças.

“Neste momento, a Câmara Municipal da Trofa está muito preocupada com o acompanhamento deficitário a que os trofenses estão a ser votados”, lê-se no comunicado, alertando que o Centro Hospitalar do Médio Ave e os centros de saúde do concelho “já não têm capacidade de resposta, nem estão dotados dos meios físicos, técnicos e humanos necessários para responder à enorme procura que estão a enfrentar”.

Para que o combate à pandemia funcione, alega a autarquia, é preciso “trabalhar com transparência” e com a “verdade dos números”, potenciando a entreajuda entre instituições.

“Apelamos ao Governo para que reavalie a forma como está a gerir o combate e a ação de mitigação da covid-19 no nosso país, pois consideramos que muitas das medidas em vigor estão desfasadas da realidade, por terem na sua génese dados incorretos e descontextualizados no tempo e no espaço”, lê-se na nota.