Uma série de falhas num hospital favoreceu a disseminação do novo coronavírus na Itália, que se estendeu nesta terça-feira ao sul da península, na Toscana e Sicília, segundo informações oficiais.

“Foi uma administração inadequada dos protocolos previstos”, reconheceu o primeiro-ministro Giusepe Conte, que não especificou o nome do hospital ou o local onde as falhas foram registadas.

Das 21 regiões sob observação, em oito foram registados casos de contágio. Entre elas estão a Toscana e a Sicília, onde uma turista da Lombardia foi hospitalizada.

Outra região mais afetada é o Veneto, cuja capital é Veneza, onde a primeira morte de um cidadão europeu pelo novo coronavírus foi registada na sexta-feira.

A região da Emilia-Romagna é a terceira com os casos concentrados na cidade de Piacenza, perto da Lombardia.

As autoridades mantêm a atenção sobre Roma, onde três pessoas estão hospitalizadas num instituto especializado, pois são pessoas infetadas no exterior, incluindo dois turistas chineses e um jovem italiano que acabou de voltar da China.

Por enquanto, a cidade de Codogno, no norte, foi identificada com o principal foco da epidemia.

Foi nesta cidade de 15.000 habitantes que Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado pela primeira vez na última quarta-feira e é considerado o “paciente 1”.

Evitar a psicose do contágio

Todos os países vizinhos da Itália “se comprometeram a manter as suas fronteiras abertas”, apesar da multiplicação repentina de casos de infetados com coronavírus Covid-19 no país, anunciou o ministro da Saúde de Itália, Roberto Speranza.

O encerramento das fronteiras “seria um erro e [uma medida] desproporcional”, explicou no final de uma reunião ministerial em Roma entre a Itália, a França, a Suíça, a Áustria, a Croácia, a Alemanha e a União Europeia.

Os ministros também decidiram “avaliar caso a caso” o possível cancelamento de grandes eventos, referiram em comunicado conjunto.

Uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) está em Itália para discutir as medidas a serem tomadas.

Os meios de comunicação italianos expressam, todavia, a sua grande preocupação porque em muitos países a porta para os cidadãos vindos de Itália começa a fechar.

A epidemia do coronavírus está “ao virar da esquina”, alertou esta terça-feira o ministro da Saúde da França, Olivier Véran, antes de viajar para Roma. Mas advertiu que “não vamos fechar as fronteiras porque não faz sentido”.

A expansão do vírus gerou uma espécie de psicose contra os italianos, considerados transmissores do vírus.

Quarenta italianos da Lombardia e Veneto foram proibidos de desembarcar no aeroporto das Ilhas Maurícia.

Casos semelhantes foram registados em vários países.

A Grã-Bretanha pediu aos seus cidadãos que estivessem a regressar das áreas afetadas para se isolarem nas suas casas e evitar o contato com outras pessoas por 15 dias.