Na sexta-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou que a falta de uma estratégia por parte da autoridade de saúde de LVT “põe em perigo” o controle da pandemia de covid-19 em Portugal.
Hoje, reagindo a este alerta na conferência de imprensa diária sobre a evolução da covid-19 em Portugal, realizada em Lisboa, o secretário de Estado da Saúde, António Sales, referiu que existe uma “situação específica em LVT e diferente da do resto país e para situações diferentes exigem-se respostas diferentes”.
“Foi o que fizemos ao criar um gabinete regional de intervenção […] cuja missão é avaliar, monitorizar e encontrar respostas para responder a estas questões específicas em LVT e circunscritas a cinco concelhos – Loures, Odivelas, Amadora, Lisboa e Sintra”, precisou.
Assinalando que “este gabinete iniciou, há muito pouco tempo, as suas funções”, António Sales manifestou convicção de que serão agora encontradas “respostas para poder quebrar cadeias de transmissão”.
“E [assim] irmos, progressivamente, diminuindo o número de novos casos diários com a maior celeridade possível”, adiantou.
Na sexta-feira, o SIM denunciou que “a epidemia de covid-19 continua descontrolada na região de LVT”, apelando a que o grupo de intervenção para Lisboa e Vale do Tejo emane “orientações claras e robustas” e que sejam disponibilizados os equipamentos de proteção individual necessários à atividade dos profissionais de saúde.
“Desde o início desta epidemia que não houve por parte da autoridade de saúde regional uma estratégia” com vista ao seu controlo, afirmou o secretário-geral do SIM num ofício enviado à ministra da Saúde, ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e aos presidentes da Administração Regional de Saúde e ao delegado de saúde regional de LVT.
Nesse documento, o responsável destacou também que Portugal é o segundo país da União Europeia com mais novos casos nos últimos 14 dias, sendo que mais de 90% são na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Reagindo a este dado, António Sales frisou que “Portugal não se coloca em comparação com outros países”, optando antes por “ter uma estratégia que passou e passa por proteger faixas mais vulneráveis” da população.
Por essa razão, “a incidência [da doença] em pessoas com mais de 60 anos baixou de 36% para 31,3%, a pressão sobre os serviços de saúde […] nunca foi pressão que sobrecarregasse quer os internamentos quer as unidades de cuidados intensivos e protegemos sempre os nossos profissionais”, enumerou o responsável, numa alusão a dados que a seu ver são, para o país, “um motivo de orgulho”.
Acresce que, para António Sales, o combate à covid-19 é “uma maratona”.
E, “da mesma forma que não nos considerámos bestiais na primeira fase, também garantidamente não nos consideramos o oposto nesta fase e, portanto, esta não é uma disputa entre países, é bem pelo contrário um exercício coletivo onde todos temos a aprender com todos em cada momento”, comentou o governante.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 426 mil mortos e infetou mais de 7,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.512 pessoas das 36.463 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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