O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma recomendação para a recondução de António Guterres no cargo de secretário-geral, numa declaração no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
"Queria dizer-vos que é com muita alegria que soube que o Conselho de Segurança adotou como sua a candidatura do engenheiro António Guterres a uma reeleição como secretário-geral das Nações Unidas", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, a meio de um percurso a pé no concelho de Câmara de Lobos, na Madeira, onde se encontra para as comemorações do Dia de Portugal.
O chefe de Estado realçou que este "é um processo às vezes complicado" e que os membros permanentes do Conselho de Segurança "são decisivos".
Segundo o Presidente da República, "é um prestígio enorme para Portugal esta aceitação a nível mundial de países tão diferentes como os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a França, a República Popular da China e a Federação Russa".
"O facto de eles darem esta luz verde significa, no fundo, um caminho aberto para a Assembleia Geral depois adotar em plenário a decisão, o que quer dizer que, ao contrário da eleição, que foi muito tarde - eu lembro-me de ter ido com o senhor primeiro-ministro à posse em dezembro [de 2016] -, nas reeleições é muito mais cedo", referiu.
Segundo o chefe de Estado, "provavelmente o plenário da Assembleia Geral das Nações Unidas será antes do verão".
"E se for assim teremos de ver se, de repente, na programação internacional não é preciso integrar a ida à posse do engenheiro Guterres", observou.
Questionado sobre o trabalho da diplomacia portuguesa para que Guterres seja reconduzido como secretário-geral das Nações Unidas, o Presidente da República retorquiu: "Eu acho que aqui o grande trabalho foi o do engenheiro António Guterres".
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que António Guterres teve um primeiro mandato "muito difícil" como secretário-geral das Nações Unidas, em que conviveu com "uma administração norte-americana muito unilateralista, não multilateral, muito protecionista", de Donald Trump.
"Portanto, foi um mandato muito difícil, e ele conseguiu ultrapassá-lo. Eu espero que este próximo mandato, se for confirmada, como tudo indica, a sua reeleição, seja não direi mais fácil, mas menos complicado do que foi o mandato anterior", acrescentou.
O chefe de Estado divulgou também uma nota no sítio oficial da Presidência da República na Internet, na qual afirma: "Saúdo, com imensa alegria, a notícia da recomendação do Conselho de Segurança das Nações Unidas para a reeleição de António Guterres para um segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas".
"Tal como há cinco anos por ocasião da eleição para o seu primeiro mandato, estou convicto de que o engenheiro Guterres está particularmente habilitado a desempenhar com competência, rigor e seriedade a singular responsabilidade que representa o lugar mais importante da mais relevante organização multilateral. Aguardo com natural expectativa a conclusão formal do processo de nomeação pela Assembleia-Geral das Nações Unidas", acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
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