"A abertura dos hospitais de segunda linha foi muito no sentido de facilitar o acesso e a proximidade. Não tem a ver com constrangimentos nos hospitais centrais. Temos uma capacidade que é adaptada à procura. Neste momento estamos a escalar [a resposta] de acordo com as necessidades. Temos capacidade para alargar se for necessário", disse o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, Fernando Araújo.

O responsável, que falava aos jornalistas ao lado do primeiro-ministro, António Costa, que esta tarde visitou o CHUSJ, garantiu que "o hospital vai, à medida que for preciso, adaptando-se e alargando as áreas mais dedicadas a este tipo de infeção e restringindo outras áreas".

"Neste momento temos quatro casos. A nossa capacidade é bem maior do que esse número. O hospital está de forma muito tranquila a responder a estas questões", disse Fernando Araújo.

Já à margem da visita do primeiro-ministro, à saída do hospital, o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), Carlos Nunes, disse aos jornalistas que a abertura de hospitais de segunda linha para fazer face ao surto de coronavírus deveu-se a "um plano que está a ser adaptado à medida do necessário para responder às necessidades", tendo como objetivo que "os utentes tenham uma resposta mais perto do local onde residem e onde trabalham".

"Inicialmente só o Hospital São João recebia casos suspeitos. A partir da semana passada também o Santo António ficou disponível e a partir desta noite também o Hospital Padre Américo [no Tâmega e Sousa] e o Hospital de Braga podem receber casos suspeitos para avaliação", descreveu Carlos Nunes, garantindo que a resposta é "uniforme de toda a região Norte".

O presidente da ARS-Norte adiantou que "durante a próxima semana, ou mesmo esta semana" outros hospitais poderão ser ativados "de forma a que a resposta esteja mais próxima de cada doente" e garantiu que "neste momento todos os hospitais têm o equipamento necessário para atender estes casos".

"Também temos em todos os Centros de Saúde e Unidade de Saúde Familiares salas de isolamento com os equipamentos necessários. O reforço dos quatro hospitais está garantido e a ser feito", concluiu Carlos Nunes.

As declarações dos responsáveis do CHUSJ e da ARS-Norte surgem um dia após a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter afirmado que aquelas duas unidades hospitalares "esgotaram a capacidade".

"Recebi um telefonema (...) que me disse que [os hospitais de] Santo António e São João esgotaram a capacidade", disse na segunda-feira Graça Freitas, durante o programa "Prós e Contras", na RTP1.

A diretora-geral da Saúde referiu que, por essa razão, contactou com a ARS-Norte para "ativar os outros quatro hospitais que estavam na retaguarda prontos para ser ativados", sem especificar quais as unidades hospitalares.

Questionada sobre as razões pelas quais os hospitais de Santo António e de São João esgotaram a capacidade, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) explicou que os quartos de pressão negativa nestas unidades de saúde "têm lá outros doentes internados", "os dois casos positivos" já conhecidos e também os casos "suspeitos que lá estão neste momento".

Esta tarde, também a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que os hospitais de São João e Santo António, no Porto, "mantêm a sua capacidade de resposta", tendo disponíveis duas mil camas comuns para isolamento.

"Quer o São João quer o Santo António mantêm a capacidade de resposta e não ficaram em sobrecarga com os dois casos positivos [do novo coronavírus]", disse Marta Temido, na Comissão de Saúde do parlamento, onde hoje começou a ser ouvida a pedido do PSD, PCP e BE sobre as condições de funcionamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

A Direção-Geral da Saúde elevou esta tarde para quatro o número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus em Portugal.

O novo coronavírus, que causa a doença denominada Covid-19, pode causar infeções respiratórias como pneumonia, já provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado".

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.