Conforme a agência Lusa constatou no local, os contentores estão a ser instalados junto às tendas que foram montadas no último fim de semana no perímetro do Hospital de São João, local atualmente delimitado por fitas e identificado com uma placa onde se lê "Atendimento COVID-19".

A agência Lusa contactou o CHUSJ para solicitar esclarecimentos sobre a finalidade dos contentores, mas fonte deste centro hospitalar remeteu uma resposta para mais tarde.

Em causa está um hospital de campanha que serve em exclusivo para responder ao surto Covid-19, doença que Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou hoje como pandemia.

"Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS justifica a declaração de pandemia com "níveis alarmantes de propagação e inação".

Quanto ao hospital de campanha instalado em tendas numa até aqui zona de estacionamento e de acesso de ambulâncias do Hospital de São João, na segunda-feira fonte do CHUSJ indicou à Lusa que este equipamento começou a ser montado na noite de sábado e deverá ficar concluído esta semana, mas só será ativado quando a procura se justificar.

É no CHUSJ que está internado o maior número de doentes com o novo coronavírus que foi detetado em dezembro na China e que, segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS) regista em Portugal 59 infetados.

"É uma medida prevista no nosso plano de contingência, que está a ser antecipada e que será utilizada para a avaliação inicial dos doentes e decisão clínica", acrescentou a mesma fonte.

A Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, já provocou mais de 4.200 mortos.

Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

Portugal regista 59 casos confirmados de infeção, segundo as últimas informações da DGS, divulgadas na terça-feira.

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 471 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Segundo a DGS, há ainda 3.066 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.