Lothar Wieler, do Instituto Robert Koch (RKI) de virologia, afirmou em conferência de imprensa que a Alemanha poderá ter uma nova vaga de casos da doença no outono, com o potencial para esgotar os recursos do sistema de saúde. Nas últimas 24 horas, foram 13.565 os novos casos registados no país, além de 35 mortes, segundo o instituto.
Embora as taxas de infeção tenham estagnado nos últimos dias, o número de hospitalizações aumentou na Alemanha. O número de doentes em unidades de cuidados intensivos quase duplicou, para mais de 1.300, nas últimas duas semanas, indicou Wieler.
“Se não conseguirmos aumentar de forma drástica a vacinação, a atual quarta vaga pode adquirir um desenvolvimento fulminante”, declarou o responsável
Wieler alertou que os dados mais recentes sobre a evolução da covid-19 mostram que a “média de idades dos que estão nas unidades de cuidados intensivos é menor” que no início da pandemia e que todos aqueles que não forem vacinados irão provavelmente ser infetados com o coronavírus SARS-CoV-2 a dada altura da pandemia.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, revelou na mesma conferência de imprensa que mais de 61% da população alemã (cerca de 51,2 milhões de pessoas) têm a vacinação completa, o que representa menos do que noutros países europeus.
No total, 54,9 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19, o que corresponde a 66% dos residentes no país, acrescentou o governante.
Desde o início da pandemia, registaram-se no país mais de quatro milhões de casos confirmados e 92.448 mortes.
Spahn emitiu um apelo para que se vacinem todos aqueles que ainda não o fizeram, para que o país possa orgulhar-se de ter sido um dos que melhor resistiram à pandemia, e comparou a mortalidade registada na Alemanha (92.448 numa população de 83 milhões) com a do Reino Unido (cerca de 133.000 e 66,6 milhões de habitantes).
O ministro descreveu graficamente como encara o estado atual do impacto da covid-19 no país, dizendo “Neste momento, há uma pandemia dos não-vacinados” e insistiu na vacinação de quem ainda não a tenha feito.
Spahn recordou, com orgulho, que um dos preparados contra a covid-19 foi desenvolvido e produzido por uma biotecnológica alemã, a BioNTech, em cooperação com a farmacêutica norte-americana Pfizer.
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