Em comunicado, a Câmara do Porto adianta que a iniciativa, que partiu do município, conta com o apoio do Hospital de São João e dos Centros de Saúde e implica "a montagem de unidades de cuidados na Pousada da Juventude e no SuperBock Arena / Pavilhão Rosa Mota com o apoio do Exército, que ali montará 300 camas".
Segundo a autarquia, o Hospital de São João vai garantir a análise das amostras e resultados em cerca de 24:00, ficando os centros de saúde responsáveis pela recolha destas amostras.
Já o Exército Português vai apoiar a montagem de camas e os bombeiros municipais o transporte e assistência pré-hospitalar. Esta resposta está também articulada com o Hospital de Santo António.
A operação de rastreio, refere a câmara, "implica a segregação consecutiva da população infetada dos que resultarem negativos no teste e que serão transferidos pelos meios dos próprios centros e com o apoio do Batalhão de Sapadores dos Bombeiros do Porto, para espaços "limpos" que estão a ser preparados pela Câmara do Porto.
Para o efeito, está a ser preparado o SuperBock Arena/Pavilhão Rosa Mota, onde o Exército Português apoiará a montagem de um espaço de cuidados continuados, e a Pousada da Juventude.
Nesse sentido, o município "está a recrutar soluções de pessoal auxiliar em regime de voluntariado ou mobilidade, que possam ajudar e melhorar a resposta no auxílio à população não infetada, deslocalizada e em acompanhamento".
A ideia, sublinha-se na nota, é segregar completamente cidadãos idosos infetados e não infetados e acompanhar ambos.
Segundo o município, a concretização deste projeto é possível graças à disponibilização de 5 mil testes para COVID-19 ao Município por parte da Fundação Fosun e da Gestifute, do empresário Jorge Mendes.
Com este contribuído, o presidente da autarquia, citado no comunicado, acredita que pode salvar vidas, aliviar a pressão sobre os hospitais, permitir uma melhor e mais permanente monitorização sobre esta população particularmente fragilizada.
O projeto vai testar mais de 1500 idosos e os funcionários de todos lares da cidade
"Não podemos abandonar os lares e estas populações neste momento e tudo faremos, até ao limite das competências municipais e das nossas próprias forças para salvar todos os que pudermos salvar", refere Rui Moreira.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
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