“A Cruz Vermelha há de continuar, para além de todos nós, a obra que vem desenvolvendo e aquilo que nos deve preocupar é a sustentabilidade futura da organização”, disse à Lusa António Saraiva, que assumiu o cargo em junho, para um mandato de quatro anos.
No domingo assinala-se o dia da Cruz Vermelha Portuguesa, fundada em 1865 por José António Marques, na altura com a designação de “Comissão Provisória para Socorros e Feridos e Doentes em Tempo de Guerra”.
Atualmente, 159 anos depois, o presidente da CVP diz que a situação está controlada, mas o cada vez maior número de pedidos de apoio e as dificuldades em captar donativos levam-no a manifestar-se preocupado com o futuro.
De acordo com o responsável, a atual crise está a ter reflexo num cada vez maior número de pedidos de apoio. Em 2022, esse número duplicou face ao ano anterior e o primeiro semestre de 2023 registou um aumento de 70%.
“Estamos a fechar agora os resultados de 2023, mas não me estranharia que duplicassem de novo”, referiu o presidente da CVP.
Os pedidos de ajuda estão sobretudo relacionados com pessoas em situação de sem-abrigo, serviços de apoio domiciliário, violência doméstica, famílias carenciadas e refugiado.
A CVP tem também sentido mais dificuldade em captar donativos que, somados às subvenções que recebe do Estado, são cada vez mais insuficientes para fazer face aos custos.
“Como não queremos deixar ninguém para trás e não queremos deixar de prestar o apoio àqueles que dele necessitam, temos que entregar esse serviço de forma racional e cada vez mais melhorada”, sublinhou.
Outra das prioridades, além da sustentabilidade financeira da instituição, é a otimização da rede de 159 estruturas locais, que enfrentam dificuldades distintas.
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