Em comunicado, o Observatório do Mar dos Açores (OMA) realça que desde que o local do naufrágio foi redescoberto, em 1999, têm “sido levadas a cabo diversas campanhas de investigação e monitorização do sítio arqueológico”.

A descoberta de uma parte do casco da nau decorreu durante a última daquelas campanhas, que começou em 29 de agosto e termina no sábado.

“Foi feita uma descoberta particularmente relevante, com a identificação de parte do casco da nau, antes desconhecida, a aflorar na areia, um raro exemplo de um dos mais icónicos navios da era moderna”, lê-se na nota de imprensa.

A missão foi coordenada pelo OMA e pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com o apoio da Escola do Mar dos Açores e da Direção Regional dos Assuntos Culturais dos Açores.

A nau “Nossa Senhora da Luz” saiu de Goa em fevereiro de 1615, tendo naufragado em 07 de novembro do mesmo em ano, junto a Porto Pim, “dando à costa muitos dos seus despojos nos dias seguintes”, lembra o OMA.

Devido à “importância da carga”, na altura, a Coroa portuguesa organizou uma “gigantesca operação de salvados”.

Estima-se que “mais de 150 pessoas” tenham morrido naquele acidente.

A campanha do OMA e da FCSH incluiu ainda o levantamento arqueológico do naufrágio do "Main", um vapor inglês que também naufragou na baía de Porto Pim em 1892.

Esta missão enquadra-se nas atividades do projeto CONCHA, financiado pela Comissão Europeia no âmbito do “Maria Curie-Rise”, que pretende estudar as “cidades portuárias atlânticas da época moderna”.