Há mais de 30 anos que não se registava um aumento tão grande, nomeadamente em 1991, quando o ano fechou com uma média de 19.4%.
“O ano 2022 deu, assim, sequência à trajetória de forte intensificação no crescimento dos preços observada desde 2017, ano em que a valorização de 12,8% mais que duplicou a de 5,6% registada em 2016”, revela o relatório da Confidencial Imobiliário, salientando depois que “os anos 2018 e 2019 consolidaram a tendência, com valorizações homólogas em dezembro de 15,4% e 15,8%, respetivamente”. Durante os anos de pandemia, contudo, o "ciclo foi interrompido, quando os preços de venda da habitação terminaram o ano com um crescimento mais moderado, de 4,8%” em 2020", ao passo que em 2021 já houve um crescimento para "12,2%, num percurso ao qual 2022 veio dar continuidade”.
O ano passado, porém, foi marcado a dois ritmos, de acordo com o estudo. Até julho assistiu-se a uma aceleração, mas o cenário inverteu-se a partir daí.
“Na primeira metade do ano, mais concretamente até julho, os preços mantiveram uma trajetória de aceleração, com sucessivas subidas mensais médias de quase 2,0%” mas “a segunda metade de 2022 foi de perda de intensidade, com um arrefecimento das variações mensais, que por duas vezes foram inferiores a 1,0%, entrando inclusive em terreno negativo (variação mensal de -0,5% em setembro)”, lê-se.
De acordo com os especialistas, em 2023 poderá existir uma redução neste mercado, mas no que diz respeito a transações, pois não se espera uma queda de preços.
"A JLL antecipa um natural abrandamento na dinâmica da procura, quer para ocupação, quer para investimento, face ao ano passado, pela dupla circunstância de se enfrentar um agravamento das condições económicas e comparar-se com níveis recorde de actividade. Contudo, não antecipa quebras disruptivas em termos de montantes transaccionados e absorção, prevendo ainda que os preços e as rendas possam manter uma trajectória positiva, mas mais suave. A baixa capacidade de reposição da oferta, que se mantém escassa em todos os segmentos, é uma das explicações para este comportamento", salientou em comunicado na semana passada a consultora JLL.
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