Eva Kaili, que ocupa uma das 14 vice-presidências do PE, foi detida esta tarde no âmbito de uma investigação que alegadamente envolve o Qatar. A sua casa foi alvo de buscas pelas autoridades, noticiaram os jornais "Le Soir" e "Knack".
A polícia de Bruxelas realizou esta sexta-feira 16 buscas domiciliárias e efetuou as detenções, entre as quais o companheiro de Kaili, atual colaborador ligado ao grupo dos Socialistas e Sociais Democratas no Parlamento Europeu, adiantaram as mesmas fontes.
Kaili foi "detida para ser interrogada" pela polícia depois do seu companheiro — um dos quatro suspeitos presos horas antes pelo Ministério Público da Bélgica — estar implicado no mesmo caso, declarou uma fonte à AFP.
O Ministério Público (MP) belga informou que as detenções — que incluem um ex-eurodeputado italiano — resultam de uma operação policial onde foram encontrados 600 mil euros em espécie em 16 diligências efetuadas em Bruxelas.
O MP suspeita que "um Estado do Golfo" influenciou "as decisões económicas e políticas do Parlamento Europeu" mediante o pagamento de "somas substanciais ou oferecendo presentes significativos".
Os beneficiários desses favores seriam indivíduos com "posição política e/ou estratégica importante" dentro do Parlamento Europeu.
O MP não quis identificar o país, mas uma fonte próxima do caso confirmou à AFP que se trata do Qatar, atual organizador do Mundial de Futebol.
O órgão judicial tampouco identificou o ex-eurodeputado detido, mas a imprensa belga reportou que se trata do socialista italiano Pier-Antonio Panzeri, que ocupou uma cadeira no Parlamento Europeu entre 2004 e 2019.
*com Lusa
(notícia corrigida às 16h47)
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