A polícia tomou posições neste fim de semana em Victoria Park e arredores para intercetar qualquer pessoa suspeita de participar de qualquer forma de comemoração pública dos eventos de 4 de junho de 1989.
Ano após ano, e assim durante mais de três décadas, dezenas de milhares de pessoas reuniam-se em Victoria Park para uma vigília à luz de velas em memória das vítimas de Tiananmen.
Em 2020, Pequim impôs uma lei de segurança nacional na ex-colónia britânica para travar qualquer dissidência após os gigantescos protestos pró-democracia de 2019.
A polícia de Hong Kong anunciou hoje à noite ter detido 23 pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 74 anos, por “perturbação da paz”.
Entre os detidos esteve a líder da Liga dos Social-Democratas, Chan Po-ying, que segurava uma pequena vela LED – um acessório frequentemente usado nas vigílias comemorativas de 4 de junho de 1989 – e duas flores. A polícia prendeu-a imediatamente, mas foi libertada duas horas depois, segundo fonte do seu partido.
Alexandra Wong, uma ativista pró-democracia de 67 anos, também foi presa enquanto segurava um ramo de flores em homenagem às vítimas da repressão de 1989, assim como o jornalista e ex-presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong, Mak Yin-ting.
No sábado, a polícia de Hong Kong já tinha detido quatro pessoas por “conduta desordenada na via pública” e “atos para fins sediciosos”, e outras quatro por “perturbação da ordem pública”.
Este ano, o gigantesco encontro no parque localizado no distrito central de Causeway Bay foi substituído por uma feira dedicada a produtos da China continental e organizada até segunda-feira por grupos pró-Pequim para celebrar o 26.º aniversário da entrega de Hong Kong à China.
Hong Kong tem sido ao longo dos anos a única cidade chinesa a manter a realização de uma vigília à luz de velas em memória de Tiananmen.
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