A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quinta-feira, num comunicado enviado às redações, a recomendação da "vacinação com doses de reforço em pessoas com imunossupressão grave [a partir dos 16 anos], que receberam uma dose adicional para completar o esquema vacinal primário, com o objetivo de aumentar a proteção desta população contra a COVID-19".
O objetivo desta quarta dose é "possibilitar um nível de proteção adequado e idêntico ao esquema vacinal inicial na população em geral".
"Os dados referenciados nos Resumos das Características das vacinas aprovadas indicam que a eficácia das vacinas pode ser inferior em pessoas com condições de imunossupressão. Por isso, a dose adicional é recomendada, como parte do esquema primário, para pessoas que podem não ter alcançado o nível de proteção. Embora, nos ensaios clínicos iniciais, os dados sobre a eficácia, a segurança e a imunogenicidade das vacinas fossem muito limitados para esta população, a evolução do conhecimento científico sugere que a administração de uma dose adicional potencia a resposta imunológica contra a COVID-19", explica a DGS.
Na nota que acompanha o anúncio de revisão da Norma 002/2021, relativa à campanha de vacinação contra à Covid-19, é ainda referido que "em situações clinicamente fundamentadas, o médico pode referenciar uma pessoa para vacinação com uma dose adicional".
Hoje, na reunião semanal da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), foi referido que é necessário esperar por resultados de ensaios clínicos que mostrem o impacto de uma quarta dose de vacina com base na tecnologia de ARN mensageiro (ARNm) na resposta de imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença.
Os dados irão surgir tanto em ensaios clínicos como na vida real, pela proteção obtida nas campanhas de vacinação, mas no caso das pessoas com um sistema imune gravemente debilitado, a EMA já recomenda que se considere uma quarta dose porque é equivalente à terceira dose que se dá à população em geral.
Em 1 de setembro de 2021, a DGS recomendou uma dose adicional da vacina contra a covid-19 para pessoas imunossuprimidas com mais de 16 anos, com Graça Freitas a considerar, na ocasião, que se tratava de “uma nova oportunidade de vacinação” para este grupo específico.
“Isto não é um reforço. É uma dose adicional de vacina, porque pode ter acontecido que, na altura em que estas pessoas foram vacinadas, não estivessem com o seu sistema imunitário com capacidade de reagir à vacina”, explicou à Lusa a diretora-geral na ocasião.
Foram elegíveis para a dose adicional as pessoas que foram vacinadas durante um período de imunossupressão grave, nomeadamente as que realizaram transplantes de órgãos sólidos, pessoas com infeção VIH com contagem de linfócitos T-CD4+ <200/µL, doentes oncológicos e pessoas com algumas doenças autoimunes que tenham efetuado tratamentos.
Semanas depois, iniciou-se a administração da dose de reforço da vacina a pessoas com 65 ou mais anos, com a DGS a dar prioridade às pessoas com 80 e mais anos e utentes de lares e da rede de cuidados continuados.
Segundo os dados de hoje da DGS, até quarta-feira tinham recebido a dose de reforço, que está atualmente recomendada para pessoas com 18 ou mais anos de idade, incluindo grávidas, um total de 5,7 milhões de pessoas.
“Para a proteção atempada, a norma salvaguarda, ainda, que a vacinação na grávida é prioritária, pelo risco acrescido de complicações relacionadas com a covid-19 neste grupo”, acrescenta ainda o comunicado hoje divulgado.
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