A irmã Margarida Ramalho, coordenadora científica do Museu de Vilar Formoso, realçou "o empenhado esforço" de Miguel Ramalho na defesa do Museu Geológico, instalado no 2.º piso do antigo Convento de Jesus, onde está também a Academia de Ciências de Lisboa.
Margarida Ramalho disse à Lusa que espera que o museu "continue a sua missão com as características que tem, que é um laboratório de estudo", referindo o interesse que desperta nos investigadores estrangeiros.
Em janeiro de 2016 numa entrevista à Lusa, Miguel Ramalho lamentou que a instituição que dirigia se encontrasse "esquecida dos poderes públicos, que até a quiseram fazer desaparecer", tendo realçado a sua importância e atualidade.
O responsável trabalhava ‘pro-bono’ e salientou a importância da Geologia em áreas como o ordenamento do território, o reconhecimento de recursos minerais, nomeadamente de fontes de água, e referiu o debate atual sobre o aquecimento global, tendo considerado "essencial" conhecer "a terra que pisamos".
Na ocasião, Miguel Ramalho afirmou que "houve várias tentativas de fazer desaparecer o museu por parte de entidades públicas responsáveis pela Educação e a Cultura".
O museu detém coleções únicas no país, tendo a segunda mais importante na área da pré-história, logo após a do Museu Nacional de Arqueologia, e expõe mais de 4.000 peças, sendo o terceiro mais antigo da Europa, fundado na década de 1870.
"'Um museu que ensina' é o nosso lema", disse, há cinco anos, Miguel Ramalho.
Entre as mais de 4.000 peças, respeitantes às coleções de paleontologia, arqueologia pré-histórica e de mineias, há 27 que se encontram assinaladas como "maravilhas", que são as mais emblemáticas da instituição.
O museu foi fundado pelo general Carlos Ribeiro (1813-1882), no âmbito da criação da Comissão Geológica do Reino, sob o forte empenho de Filipe Folque.
"Somos um museu pouco conhecido, que recebe mais elogios dos visitantes estrangeiros que visitas de nacionais", afirmou Ramalho, que enfatizou a importância da instituição.
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