No dia em que a I Liga é retomada, com jogos em Portimão e Famalicão, a PSP anunciou o plano para que toda a competição possa decorrer sem contratempos. Os comandos territoriais terão equipas de intervenção rápida, de prevenção e reação imediata e unidades de informação desportivas.

“Equacionaremos a utilização de drones com câmaras para podermos visualizar os itinerários, as imediações de estádios e locais de concentração de adeptos que possam ocorrer", explicou o superintendente da PSP, Luís Elias, em conferência de imprensa.

A PSP apela à “responsabilidade social e ao cumprimento das regras sanitárias por parte dos adeptos. São proibidas as concentrações de pessoas superiores a 20, a não ser que sejam do mesmo agregado familiar, e na área metropolitana de Lisboa concentrações superiores a 10 pessoas".

Um dos dos locais mais vigiados serão os aeroportos, "uma prioridade em termos operacionais”, para “garantirmos chegadas e partidas das comitivas e prevenir eventuais concentrações de adeptos”.

Luís Elias explicou ainda que a PSP está ainda a cooperar com diversas entidades, como os clubes e grupos de adeptos. “O comportamento que todos tiverem será fundamental para o normal decorrer da competição".

"Dizer que se vai respeitar não basta, é preciso cumprir"

"Vamos entrar numa fase nova, numa fase que nunca aconteceu e que se exige algo aos adeptos que nunca foi exigido", começou por dizer o comissário da PSP Iuri Rodrigues. "Estamos num estado de calamidade publica, não entrámos ainda na normalidade, pelo que se exige aos adeptos, em particular aos grupos organizados de adeptos que têm como razão de existir apoiar os seus clubes, que tenham um comportamento responsável e que respeitem as indicações da Direção-Geral da Saúde. Dizer que se vai respeitar não basta, é preciso, de facto, cumprir", continuou.

O comissário revelou que a PSP tem estado em contacto com colegas de outros países onde a resposta dos adeptos aos tempos atípicos tem ido do 8 ao 80. Se na Alemanha o comportamento tem sido de louvar, somando-se poucas situações em que foi necessária a intervenção policial, na República Checa e Croácia houve "situações em que as forças policiais tiveram de intervir para impedir confrontos entre adeptos e assegurar o distanciamento”.

“Vamos estar muito atentos ao comportamento dos adeptos, em especial dos grupos organizados”, disse o comissário.

Assim sendo, a PSP apela à “consciência, respeito e apoio aos clubes da melhor forma, que é deixarem as competições decorrerem na normalidade para que no futuro não tenha de ser dado passo atrás”.

Parte do plano passará por identificar e antecipar concentrações e movimentações de grupos de adeptos e “prevenir eventuais desordens públicas no dia do jogo, mas também antes e depois da competição”. Neste sentido, Luís Elias salienta que as deslocações para junto dos estádios são “contraproducentes e incoerentes com todas as medidas adotadas pelo governo de reabrir a competição com jogos à porta fechada".

"Não fará sentido deslocação de adeptos para o estádio, não vão ver nada”, sublinhou o superintendente.

No entanto, a PSP não descarta que essas movimentações possam vir a acontecer e estará no local.

“Sabemos que a paixão clubística é grande, as pessoas estão um pouco a necessitar de voltar a ver futebol, mas fazemos um apelo para que haja contenção e cumprimento das regras da DGS, de distanciamento social e estaremos preparados para intervir em qualquer situação de desordem pública”, reforçou o comissário.