“Este segundo período deveria ser uma avaliação qualitativa”, defendeu o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no dia em que as escolas começam a reabrir, com os mais novos a regressar às creches e escolas do ensino do pré-escolar e 1.º ciclo.
Sem aulas presenciais desde o final de janeiro, os alunos do 2.º e 3.º ciclo só voltam a sentar-se nas salas de aula a 05 de abril, seguindo-se os estudantes do secundário com data marcada para 19 de abril.
Para estes alunos, o segundo período decorreu praticamente todo em casa e para muitos faltaram condições para aprender convenientemente, disse Mário Nogueira.
“A avaliação qualitativa permitia os professores perceberem quais foram os estragos provocados por mais este período de ensino à distância e daí preparar, com um reforço de docentes, a abordagem de toda esta fase final do ano letivo, para não continuar apenas com o que ainda não foi abordado do currículo e do programa, mas sobretudo para tentar compensar, superando, as quebras de aprendizagem que houve até aqui”, explicou.
Mário Nogueira sublinhou que “foi um período muito complicado" porque, mais uma vez, "houve quebras fortes e significativas de equidade entre os alunos e as desigualdades aumentaram uma vez mais”.
Houve casos em que os estudantes não tiveram apoios em casa para acompanhar as aulas, outros não tinham equipamentos necessários e houve ainda situações em que mesmo tendo equipamentos faltava internet para acompanhar as aulas normalmente.
A situação foi vivenciada de perto por professores que têm defendido junto da Fenprof que o segundo período devia terminar com uma avaliação qualitativa.
Os docentes acreditam que seria benéfico que os alunos, avaliados no 1.º período, voltassem a ter uma avaliação sumativa apenas no terceiro período.
“Seria importante que os professores fizessem uma avaliação qualitativa que lhes permitisse perceber exatamente o que se passou com cada aluno até agora, principalmente neste segundo período, e depois a avaliação sumativa voltar a ser retomada no 3.º período”, resumiu Mário Nogueira.
Para a Fenprof, esta é a medida que falta no pacote de ações tomadas pelo Ministério da Educação, devido ao ensino à distância que começou a 08 de fevereiro e que, no caso dos alunos do secundário, vai prolongar-se até 19 de abril.
O Governo decidiu na semana passada anular os exames do 9.º ano assim como as provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade.
No caso do secundário, os alunos voltam este ano a terminar o ensino obrigatório sem necessidade de realizar os exames nacionais.
Apenas os estudantes que pretendam candidatar-se ao ensino superior devem inscrever-se para os exames exigidos nas instituições a que pretendem aceder.
Os alunos mais novos regressaram hoje à escola depois de mais de um mês em casa, que começou no final de janeiro com duas semanas de pausa letiva e continuou a 8 de fevereiro com o ensino à distância.
Na quinta-feira passada, o Conselho de Ministros decidiu reabrir as escolas de forma faseada, começando hoje pelos mais novos. A 5 de abril será a vez dos alunos do 2.º e 3.º ciclo e, duas semanas depois, serão os estudantes do secundário a regressar à escola.
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