"O cacilheiro Trafaria Praia foi comprado como obra de arte e é como obra de arte que vai ser vendido", afirmou o empresário à agência Lusa, escusando-se a dar mais pormenores sobre o assunto.
A antiga embarcação da Transtejo, que a artista Joana Vasconcelos transformou em obra de arte, para a Bienal de Arte de Veneza de 2013, encontra-se atualmente nos estaleiros da Navalria, da Martifer, em Aveiro.
Após o regresso de Veneza, operou como cruzeiro turístico no Tejo, de abril a novembro de 2014 e, mais tarde, de abril de 2016 a abril deste ano, com uma paragem para reparação, durante quase ano e meio.
Em declarações ao Diário de Notícias e ao Jornal de Negócios, na terça-feira, Mário Ferreira disse que o Trafaria Praia foi "um 'flop' como embarcação turística", tendo provocado cerca de um milhão de euros de prejuízo.
Ao Jornal de Negócios, o responsável da DouroAzul disse que espera vir a ganhar vários milhões de euros com a transação, "tendo em conta o tamanho e as obras de arte vendidas por Joana Vasconcelos".
A artista terá sido um dos contactos do empresário, para a venda do cacilheiro, de acordo com o empresário, que admitiu ao jornal levar a "obra de arte a leilão", se não aparecer comprador.
O cacilheiro "Trafaria Praia", que constituiu a representação oficial de Portugal, na Bienal de Arte de Veneza de 2013, foi adquirido pela DouroAzul e para a realização de cruzeiros no Tejo, com o objetivo de fazer a "conjugação entre lazer, conhecimento da zona ribeirinha de Lisboa, e cultura", com a visita "a uma obra de arte da autoria de Joana Vasconcelos".
O "Trafaria Praia" somou cem mil visitantes, durante os seis meses da Bienal de Arte de Veneza em 2013, tendo regressado de Itália, rebocado pelo Mediterrâneo, para o estaleiro do Seixal, onde foi alvo de reparações durante o inverno de 2013-2014.
A empresa DouroAzul, fundada em 1993, um dos principais mecenas do projeto de Joana Vasconcelos, foi responsável por toda a operacionalização da embarcação, incluindo o transporte do cacilheiro.
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