O protesto “E se fosse contigo?” é organizado por vários movimentos antirracistas que pedem a “revogação da sentença e de reparação da violência infligida pela polícia e pelo sistema judicial a Cláudia Simões”.
Os manifestantes seguravam tarjas com as inscrições “A nossa paixão pela liberdade é mais forte que as vossas grades” e “Contra todas a prisões”.
A manifestação assinala ainda o terceiro aniversário dos óbitos de Danijoy Pontes e Daniel Rodrigues, que morreram no dia 15 de setembro de 2021, com minutos de diferença, no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
Os participantes na manifestação denominada “Justiça por Cláudia Simões e Todas as Vítimas da Violência Policial” partiram do Estabelecimento Prisional de Lisboa pelas 17:00, uma hora depois do previsto, após uma homenagem a Danijoy Pontes e Daniel Rodrigues.
O caso de Cláudia Simões remonta a 19 de janeiro de 2020, numa paragem de autocarro na Amadora, quando a cozinheira se envolveu numa discussão entre passageiros e o motorista de um autocarro da empresa Vimeca, pelo facto de a sua filha, à data com 8 anos, se ter esquecido do passe.
Chegados ao destino, o motorista decidiu chamar a polícia e, após alguns momentos de tensão, o agente Carlos Canha decidiu imobilizar Cláudia Simões, no chão, junto à paragem de autocarro, depois de a mulher se recusar a ser identificada.
O caso ganhou mediatismo com a posterior difusão nas redes sociais de vídeos da confusão à saída do autocarro e de imagens dos ferimentos de Cláudia Simões.
A sentença do tribunal de Sintra, conhecida no dia 01, condenou Cláudia Simões por morder o agente da PSP Carlos Canha, enquanto o polícia foi absolvido das acusações de agressão na detenção da cozinheira.
A juíza Catarina Pires aplicou uma pena de oito meses de prisão a Cláudia Simões, suspensa na execução, por um crime de ofensa à integridade física qualificada.
Já o polícia Carlos Canha não foi condenado por ter agredido Cláudia Simões, embora o tribunal lhe tenha aplicado uma pena suspensa de três anos por ter agredido outros dois cidadãos Quintino Gomes e Ricardo Botelho, que foram levados para a esquadra na sequência do mesmo caso.
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