“Um bom resultado era se a abstenção baixasse para 20%. Então se baixasse para menos de 10% seria um excelente resultado para a democracia”, disse o presidente do PDR, António Marinho e Pinto, em conferência de imprensa de balanço da campanha eleitoral realizada na sede do partido, em Lisboa.

O presidente do PDR e cabeça de lista pelo círculo do Porto sustentou que seria “uma grande vitória para a democracia” e para o partido caso os eleitores votassem na ordem dos 90%.

“Lutamos para isso, mas os outros partidos continuam a fazer exatamente o contrário, as suas práticas é no sentido de aumentar a abstenção”, afirmou, manifestando-se otimista para domingo, embora com “uma postura humilde e prudente”.

Marinho e Pinto sublinhou que o PDR candidatou-se com os seus filiados nos 22 círculos eleitorais e, durante a campanha, percorram o país todo, tendo sido “sempre bem recebidos pela população”.

O presidente do PDR frisou também que o partido tem “alguma dificuldade em se situar no contexto da geometria política tradicional”, uma vez que tem propostas “profundamente à esquerda”, como também à direita.

Caso o PDR consiga eleger deputados para a Assembleia da República, Marinho Pinto disse que o partido “estará disponível para viabilizar soluções de Governo desde que seja respeitado as propostas que constituem o núcleo central do programa”.

“Não estamos disponíveis para ser a muleta de ninguém, muito menos para fazer aquilo que o PCP e o BE fizeram ao PS, venderam-se em troca de uns favores, de uns benefícios, que seguramente vão sair muito caro ao país”, sustentou.

Na conferência de imprensa, Marinho e Pinto deu igualmente conta das propostas do PDR, que considerou inovadoras e de rotura com o sistema atual.

Entre as proposta, destacou as alterações ao sistema político com a criação de um círculo nacional único e limitação dos anos de mandatos para os deputados, salários dignos para várias classes de trabalhadores, programa nacional de erradicação da pobreza e a criação do ministério das comunidades portuguesas.

Também presente na conferência de imprensa, o cabeça de lista pelo círculo de Lisboa, Pedro Pardal Henriques, referiu que o PDR foi “o único partido que durante esta campanha eleitoral mostrou verdadeiramente defender causas”, como os problemas dos trabalhadores.

“Os outros partidos fugiram claramente daquilo que são os problemas que ficaram por resolver”, disse, prometendo que o PDR, caso seja eleito, vai ser “uma voz que vai incomodar os políticos tradicionais”.

O PDR aproveitou para lamentar a morte do fundador do CDS e ex-ministro Diogo Freitas do Amaral, considerando ter sido “uma pessoa muito importante na história da democracia portuguesa”.