Em conferência de imprensa na sede do PSD, em Lisboa, o presidente social-democrata, Rui Rio, apresentou as linhas gerais do quadro macroeconómico para 2019-2023, que serve de base ao programa eleitoral do partido para as eleições legislativas de outubro, cujas medidas concretas serão depois apresentadas.

"Uma estratégia económica para melhores empregos e melhores salários, assente nas exportações e no investimento, aumento do investimento público face àquilo que tem vindo a ser com a governação do PS e redução da carga fiscal", sintetizou.

Rui Rio remeteu para uma conferência de imprensa na sexta-feira a apresentação das medidas fiscais em concreto, mas comprometeu-se com medidas "concretas que reduzem os impostos das pessoas e das empresas".

Concretamente sobre a carga fiscal, o compromisso do PSD, caso vença as legislativas de outubro, é durante os quatro anos de governação reduzi-la em 1,5 pontos percentuais do PIB.

"Está aqui uma diferença enorme para aquilo que é o PS. O primeiro-ministro já teve a oportunidade de dizer publicamente que se for reeleito jamais baixará a carga fiscal", distinguiu.

Como "nunca os portugueses pagaram tantos impostos", Rui Rio admite que "não é possível reduzir a carga fiscal de uma forma abrupta porque tudo isto requer o seu equilíbrio", comprometendo-se com uma descida gradual.

"Mas é um imperativo nacional iniciar uma trajetória de redução da carga fiscal e de alívio dos impostos que os portugueses estão a pagar", insistiu.

Na perspetiva de Rio, a estratégia de desenvolvimento económico "tem de assentar no crescimento pela via das exportações e do investimento".

"O Governo que está hoje em funções não está capaz de conseguir uma estratégia destas na exata medida que quer o BE quer PCP veem o capital como inimigo dos trabalhadores e os trabalhadores como inimigos do capital", criticou.

O PSD compromete-se, assim, com "políticas públicas para aumentar a competitividade das empresas" e "aumentar o investimento público que, como se sabe, durante a governação do PS atingiu o patamar mais baixo dos últimos anos, representa 2% do PIB".

"Connosco passará a representar, ao fim dos 4 anos, 3,2% do PIB, o que quer dizer que nós iremos fazer mais 3,6 mil milhões de euros de investimento público na próxima legislatura", garantiu.

O equilíbrio macroeconómico é outras das vertentes deste quadro macroeconómico, insistindo o líder social-democrata que a "dívida pública tem de ir descendo paulatinamente ao longo do anos".

No quadro apresentado pelo PSD, o objetivo é a eliminação do défice público estrutural, prevendo-se um ligeiríssimo superavit do saldo estrutural até 2023.

"Jamais subir a dívida pública e a dívida externa, bem pelo contrário, baixar a dívida pública e a dívida externa", defendendo.

O reforço da poupança é outra das apostas porque, segundo o presidente do PSD, "Portugal tem hoje a poupança aos níveis que tinha no fim dos anos 50 e no princípio dos anos 60", prevendo um conjunto de medidas para ajudar ao reforço da poupança das famílias e das empresas.