No final de julho, o presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, disse, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade ia sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho.

“O presidente da Endesa não tinha razão. Fez uma comunicação que induziu em erro os portugueses. Primeiro porque promoveu a ideia de um aumento generalizado para as famílias e consumidores”, afirmou Duarte Cordeiro, que falava em conferência de imprensa, em Lisboa.

No entanto, o governante ressalvou que “não ter razão”, não significa que não se verifiquem aumentos de preços no mercado grossista.

Contudo, sublinhou que, se os consumidores não encontrarem ofertas de eletricidade a um preço inferior, podem sempre optar pela tarifa regulada.

Duarte Cordeiro vincou ainda que o presidente da Endesa não tinha razão “ao induzir que esse aumento resultava do mecanismo ibérico”, quando este tem provocado uma redução do impacto dos aumentos.

Segundo o governante permitiu uma redução dos preços da eletricidade de cerca de 17%, face aos valores sem a sua introdução.

Em 31 de julho, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática já tinha rejeitado as “declarações alarmistas” do presidente da Endesa, sublinhando não ver “qualquer justificação” neste aumento e que o mercado livre tem outros comercializadores.

Um dia depois, a elétrica comprometeu-se a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico.