O CEMGFA falava durante a receção do estandarte nacional da 4.ª FND, que decorreu em Aveiro, em simultâneo com as comemorações do 101.º aniversário da presença militar em São Jacinto, naquele concelho, e os 25 anos de integração dos paraquedistas no exército.
Dirigindo-se aos militares da 4.ª FND na RCA, que regressaram em março a Portugal, o almirante António Silva Ribeiro expressou “grande orgulho” pelos resultados alcançados e “profundo respeito” pela forma “digna e extraordinária” com que serviram Portugal na missão que lhes foi confiada entre setembro de 2018 e março de 2019.
“Três semanas volvidas após o vosso regresso a território nacional, devolvem hoje o estandarte nacional que guardaram com honra e brio e que vos guiou no cumprimento da vossa missão. Podem sentir-se orgulhosos dos resultados atingidos”, disse.
O CEMGFA realçou que os militares portugueses enfrentaram um ambiente operacional “extremamente exigente e complexo”, tendo participado em ações de combate de “elevada intensidade e perigosidade”.
Em termos operacionais, destacou as duas projeções na região de Bambari que culminaram na neutralização de um grupo armado que operava na região e do reduto da Unité pour la paix en Centrafrique, que vinha atuando "violentamente" contra as forças armadas e de segurança da RCA.
“Nesta ação, ficou bem patente o vosso elevado desempenho em combate e coragem debaixo de fogo e o extraordinário espírito de sacrifício e abnegação”, disse o CEMGFA.
Na mesma ocasião, o CEMGFA condecorou com a medalha de serviços distintos grau ouro o tenente-coronel Óscar Fontoura, pela forma “altamente honrosa e brilhante” como desempenhou as funções de comandante da 4.ª FND, num contexto de “elevada” exigência, tendo sido ainda atribuídas condecorações a mais nove militares do contingente português e da unidade.
Em declarações aos jornalistas, o tenente-coronel Óscar Fontoura realçou que os militares voltaram todos com o sentimento “muito profundo” de missão cumprida, cimentada não só pelas manifestações que têm tido em território nacional, mas fundamentalmente por aquelas que receberam na RCA da população local.
A 4.ª FND terminou a sua missão a 11 de março, sendo substituída pela 5.ª FND que integra 180 militares do Exército e três da Força Aérea.
O comandante do Regimento de Infantaria (RI) n.º 10, coronel de infantaria Manuel da Costa Santos, destacou, por seu lado, a capacidade “expedicionária” da unidade sediada em São Jacinto que, desde 1995, já participou em dez missões como FND, marcando presença em cinco teatros de operações (Kosovo, Timor, Afeganistão, Bósnia e Herzegovina e RCA), mobilizando quase quatro mil militares.
O coronel de infantaria Manuel da Costa Santos referiu ainda que a unidade vai começar a preparar em setembro mais um contingente militar a enviar para a RCA, que será a 7.ª FND.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA).
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