“É importante que, com todos os meios que estão disponíveis, comecemos muito cedo a preparar, de um lado e de outro, o que queremos fazer. É importante que os países percebam, claramente, por que caminho querem ir e não esqueçam a dimensão territorial. Nós, pela nossa parte, tentaremos torná-la o mais visível possível”, afirmou a comissária portuguesa.
Elisa Ferreira, que falava via ‘streaming’ durante as II Jornadas Amizade, promovidas pela eurocidade Cerveira (Portugal)- Tomiño (Galiza), reforçou a necessidade de se “aproveitar e estimular tudo quanto é o trabalho preparatório de cooperação e de definição de estratégias comuns”
“Neste momento, com as verbas que estão disponíveis, estou convencida que se houver bons projetos, boas ideias, teremos todas as condições para dar nova impulso na relação para o desenvolvimento das zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha”, sustentou.
A comissária portuguesa que discursava durante o painel intitulado “Europa Sem Fronteiras: o papel da cooperação transfronteiriça na consolidação do projeto europeu”, disse que o Norte de Portugal e a Galiza são “um bom exemplo de cooperação a nível europeu” e destacou que, “pela primeira na história dos fundos estruturais foi possível reprogramar verbas para responder à crise sanitária e económica causada pela pandemia de covid-19″.
“Vai ser possível fazer reformas que nunca até agora puderem ser financiadas pela União Europeia”, frisou.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que “não será, certamente, por falta de recursos do próximo período de fundos europeus” que Portugal e Espanha “não farão bons projetos”.
“Pode ser por falta de estratégia, pode ser por não estarmos de acordo relativamente às prioridades e pode ser, sobretudo, por falta de pessoas nestes territórios”, referiu.
A governante adiantou que, “pela primeira vez, Portugal e Espanha, têm uma estratégica comum de desenvolvimento transfronteiriço”, referindo-se ao documento apresentado na última cimeira ibérica, que pretende “trabalhar em prol das pessoas”.
“Mais importante do que falar em projetos em infraestruturas, o que temos de fazer e que não envolve recursos elevados, mas envolve, muitas das vezes, ou na maior parte das vezes, vontade política e perseverança, é pôr as administrações a trabalhar em conjunto. E a colocar as infraestruturas públicas que temos nas variadas áreas ao serviço das populações independente do lado da fronteira onde elas estejam”, referiu.
Para Ana Abrunhosa, “Portugal e Espanha não podem concorrer na fronteira, a fronteira tem de ser, de facto, um espaço de união”.
“Temos de aproveitar os programas de recuperação e resiliência, que são muitos semelhantes, o de Portugal e Espanha, para tentar atrair e desenvolver nestes territórios projetos inovadores conjuntos inovadores e sectores do agroindustrial, das tecnologias de informação”, defendeu a ministra.
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