Dias depois de Elon Musk ter adquirido 9,2% do Twitter, tornando-se no maior acionista da empresa, o homem mais rico do mundo lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil pela rede social.
Musk propõe pagar 54,2 dólares por ação em dinheiro, o que significa um prémio de 54% em relação ao preço das ações em 28 de janeiro, de acordo com a Bloomberg que avalia a ação do dono da Tesla em 43 mil milhões de dólares.
O objetivo desta OPA é tirar a empresa da bolsa para poder fazer “as mudanças que têm de ser feitas”.
O anúncio está a fazer as ações do Twitter dispararem mais de 13% no pré-mercado, para 51 dólares por ação. No entanto, num documento enviado ao regulador da bolsa de valores dos EUA na quarta-feira, Musk precisa que esta é "a sua melhor e última oferta" e ameaça, em caso de recusa, "reconsiderar a sua posição como acionista" na rede social, poucos dias depois de o CEO da Tesla ter dito que deixaria de se juntar ao Conselho de Administração da empresa.
"Investi no Twitter porque acredito no seu potencial para ser a plataforma de livre expressão em todo o mundo, e acredito que a livre expressão é um imperativo social para uma democracia funcional", diz Musk no documento.
"Contudo, desde que fiz o meu investimento, apercebi-me agora que a empresa não irá prosperar nem servir este imperativo da sociedade na sua forma atual. O Twitter precisa de ser transformado como uma empresa privada", afirmou.
No domingo, o presidente do conselho de administração do Twitter, Parag Agrawal, que tinha adiantado que Musk ia juntar-se à direção do Twitter, anunciou numa publicação na rede social que tal já não iria acontecer.
"A nomeação de Elon para a direção devia ser oficialmente efetiva a 9 de abril, mas Elon partilhou nessa mesma manhã que já não se juntará à direção", escreveu Agrawal.
Na passada terça-feira, Agrawal tinha também escrito estar "entusiasmado" com a entrada de Musk para a direção do Twitter, e antecipou que este iria trazer "grande valor" à empresa.
Trata-se de uma decisão de Musk, indicou Agrawal. "Penso que esta é a melhor coisa a fazer", acrescentou.
A única reação de Musk ao anúncio de Agrawal foi publicar com um 'emotion' de um rosto com a mão sobre a boca.
Depois de saber da futura nomeação do empresário a 5 de abril, as ações do Twitter dispararam, mesmo antes da abertura da bolsa de Nova Iorque, nas atividades eletrónicas do mercado contínuo.
Um dia antes, o anúncio da aquisição por Musk de uma participação de 9,2% na plataforma tecnológica tinha impulsionado as ações da empresa, que fecharam a subir 27,12% em relação ao fecho anterior.
O bilionário, que agora detém quase 73,5 milhões de ações da empresa, tinha-se tornado um crítico da rede social e tinha questionado se as regras "aderiam rigorosamente" ao princípio da liberdade de expressão.
Estas críticas tinham levantado dúvidas em alguns quadrantes, incluindo entre os próprios funcionários do Twitter, que estavam preocupados por Musk estar alegadamente a exercer um poder excessivo na empresa para alterar as regras de publicação, incluindo a proibição do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, cujas mensagens terão supostamente instigado o ataque de 06 de janeiro de 2021 ao Capitólio.
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