Enquanto a administração de uma vacina mRNA após uma primeira dose ou num reforço vacinal de uma de vetor viral tem dado respostas positivas, o inverso só é recomendado “se houver um problema com a disponibilidade de vacinas contra o mRNA”, dado que “com base nos dados limitados disponíveis pode ser menos vantajoso do ponto de vista imunológico do que a sequência oposta”.
“As provas de estudos sobre a vacinação heteróloga sugerem que a combinação de vacinas de vetores virais e vacinas de mRNA produz bons níveis de anticorpos contra o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) e uma resposta de células T mais elevada do que a utilização da mesma vacina (vacinação homóloga) quer num regime primário quer num regime de reforço”, segundo uma recomendação da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
“Os dados apresentados apoiam a utilização de horários mistos vetor/mRNA”, destacam ainda as entidades, defendendo que “dar uma segunda dose de vacina mRNA a recetores anteriores de uma única dose de vacinas vetoriais [vacinação heteróloga] é uma estratégia de vacinação benéfica do ponto de vista imunológico com um impacto positivo no nível alcançado de proteção contra infeções e doenças”.
As recomendações da EMA e do ECDC referem haver “menos evidências sobre regimes heterólogos de vacinação contra o mRNA, mas o suficiente para indicar que tal abordagem também poderia ser utilizada quando é necessária flexibilidade ou aceleração nas campanhas de vacinação”, estando os dados de segurança após tais regimes heterólogos de mRNA atualmente sob investigação para determinar se existe um risco acrescido de miocardite.
Os dois organismos sustentam ainda que “os regimes heterólogos foram geralmente bem tolerados”, quer tenham sido usados na vacinação primária, quer na de reforço.
“Relativamente à imunogenicidade, os estudos são consistentes em mostrar que o regime heterólogo é capaz de induzir respostas imunitárias significativamente aumentadas, […], em comparação com um regime homólogo de vetores virais. Um ligeiro aumento das respostas imunitárias humorais em relação à vacinação homóloga contra o mRNA é por vezes visto, mas não de forma consistente, apoiando globalmente uma resposta de anticorpos semelhante”, lê-se na recomendação.
A covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.551 pessoas e foram contabilizados 1.169.003 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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