“Pela informação que nos tem chegado, a insatisfação é grande e a vontade de aderir à greve é imensa, porque os enfermeiros querem ver melhoradas as condições de trabalho”, adiantou à Lusa Isabel Barbosa, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Prevista para os turnos da manhã e da tarde, esta será a primeira greve dos cerca de 4.200 enfermeiros que trabalham nas 75 unidades de saúde abrangidas pela Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP).

Os enfermeiros destas unidades privadas reclamam a implementação das 35 horas semanais e a regulação dos horários de trabalho, um acréscimo remuneratório mensal para quem trabalha por turnos e o pagamento do regime de prevenção.

Além disso, reivindicam o aumento da compensação das chamadas “horas penosas” trabalhadas à noite, nos fins de semana e feriados, assim como um aumento salarial de 10% e do subsídio de refeição para todos os enfermeiros e 25 dias úteis de férias por ano.

Segundo Isabel Barbosa, as negociações não estão fechadas, mas as propostas apresentadas pela APHP “não vão ao encontro das expectativas dos enfermeiros”, razão pela qual foi decidido avançar com a greve, que “não é um fim, mas um meio para atingir melhores condições de trabalho”.

No início de março, a APHP, que representa as unidades de saúde do setor privado, salientou que mantém “o espírito de parceria com todos os sindicatos no quadro da contratação coletiva”, considerando que este é um “instrumento relevante para trabalhadores e empresas”.