“Há uma carência extrema neste centro hospitalar, nos seis hospitais que o compõem”, afirmou à Lusa Isabel Barbosa, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), adiantando que só naquele centro hospitalar seria necessária a contratação de mais de 400 enfermeiros.
De acordo com a sindicalista, esta carência de profissionais está-se a refletir negativamente nos serviços e nos cuidados prestados aos doentes.
“De uma forma generalizada, em vários serviços de internamento há redução do número de enfermeiros por turno, o que afeta diretamente a qualidade dos cuidados prestados aos utentes”.
Para ilustrar a dimensão do problema, Isabel Barbosa contou que a urgência no mês de agosto tinha 100 enfermeiros em falta na sua escala, o serviço de neurocirurgia daquele hospital, na parte dos intensivos, tinha mil horas a mais e na parte do internamento 2.000 horas a mais.
Na Maternidade Alfredo da Costa, houve o encerramento de vagas na neonatologia, tanto na parte dos intensivos como na parte dos intermédios, e o mesmo aconteceu no Hospital de Dona Estefânia.
O abaixo-assinado, hoje entregue, reivindica dotações seguras, que permitam a prestação de cuidados de enfermagem com qualidade e segurança, as 35 horas para todos independentemente do vínculo, a regulação dos horários, o pagamento das horas extraordinárias e das horas penosas para os enfermeiros.
Juntamente com o abaixo-assinado, seguiram 325 cartas de contratados individuais de trabalho que pretendem a alteração da cláusula de trabalho para as 35 horas semanais.
Isabel Barbosa admite que ao longo dos tempos tem havido admissão de enfermeiros, como demonstram os números que o Ministério da Saúde vai apresentando, mas considera “insuficiente”, até porque antes da aplicação das 35 horas havia uma estimativa de falta de cerca de 400 enfermeiros, agora com a mudança dos horários de trabalho “serão muitos mais”.
Segundo dados avançados hoje pelo conselho de administração do CHLC, foram contratados desde janeiro 139 enfermeiros e estão previstas mais 100 admissões faseadas, por a adequação aos serviços não poder ser feita toda de uma só vez.
Além disso foi feita a reconversão do vínculo laboral de 77 enfermeiros que integraram os planos de contingência (da gripe), que ficaram com contrato individual de trabalho por tempo indeterminado, acrescenta o CHLC.
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