De acordo com as autoridades espanholas, o fogo já se encontra próximo da cidade de Oviedo, no nordeste do país. Os responsáveis ainda não foram identificados.

"Queimam as Astúrias. Enfrentamos autênticos terroristas que estão a por vidas, povoados e cidades em perigo", escreveu no Twitter o presidente dessa região, Adrián Barbón.

Barbón insistiu, em declarações à imprensa, que "não deixa de ser um ato terrorista". "Quem agiu dessa maneira não merece outra denominação".

Por sua vez, o serviço de emergências da Cantábria informou pelo Twitter que "nas últimas 24 horas foram provocados 34 incêndios florestais".

Em visita às Astúrias para acompanhar o combate aos incêndios, o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, disse aos jornalistas que "um número tão importante" de focos de incêndio leva a "crer que alguns deles" podem "ter sido provocados".

"Se foram provocados, não tenha dúvidas de que, independentemente de quem foi o responsável, terá de responder nos tribunais", acrescentou.

As duas regiões chegaram a ter 160 focos de incêndio no total. Porém, durante à tarde, foram reduzidos para 119.

"No momento, são contabilizados 91 incêndios nas Astúrias. Valdés concentra-se nas ações de extinção e assistência", informou às 11h20 o SEPA, Serviço de Emergência do Principado das Astúrias, num dia em que os fortes ventos dificultavam os trabalhos de extinção.

A localidade marítima asturiana de Valdés ficou incomunicável, rodeada pelo fogo, enquanto um incêndio no sopé do Monte Naranco levou as chamas para bem perto da capital, Oviedo.

Diversas estradas estavam fechadas e centenas de pessoas tiveram de ser retiradas.

O presidente do Governo, Pedro Sánchez, em visita a Pequim, mostrou preocupação pela situação no nordeste do país.

"Acabo de falar com o presidente Adrián Barbón para conhecer a evolução dos mais de 100 incêndios que atingem as Astúrias. A minha solidariedade às famílias afetadas", escreveu Sánchez no Twitter.

Simultaneamente, o primeiro grande incêndio florestal do ano na Espanha, na província de Castellón, no leste, foi finalmente estabilizado nesta sexta-feira, após queimar 4.700 hectares durante mais de uma semana e obrigar a retirada de 1.300 pessoas que já "regressaram às suas casas", anunciou o serviço de emergências valenciano.

Em 2022, o pior ano para os incêndios florestais na Europa, Espanha foi o país mais afetado do continente, com quase 500 incêndios que atingiram mais de 300.000 hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis).