“Cumprimos todas as promessas que fizemos à UE, mas eles não cumpriram quase nenhuma das suas”, denunciou Recep Erdogan, realçando que não “vai tolerar quaisquer novos requisitos ou condições ao processo de adesão da Turquia”.
O chefe de Estado turco falava na sessão inaugural de uma nova sessão do parlamento.
“Se a UE pretende acabar com o processo de adesão, que só existe no papel, essa será a sua decisão”, acrescentou.
A fúria de Erdogan surge depois de o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) ter acusado a Turquia de condenar um homem por pertencer a uma organização terrorista com base na aplicação de mensagens encriptadas ByLock.
O ByLock é considerado por Ancara como a ferramenta de comunicação preferida dos alegados responsáveis pela tentativa de golpe de Estado de 2016, que deixou 250 mortos e foi seguido de detenções massivas e evacuações sem precedentes na história moderna do país.
O governo turco atribuiu a tentativa de golpe de Estado à Organização Terrorista Fethullah (Fetö, no acrónimo em inglês), da qual já foi aliado.
“A decisão do TEDH é a gota de água que fez transbordar o copo”, prosseguiu.
De acordo com Erdogan, a decisão do TEDH “não trará qualquer alívio aos canalhas que são membros da Fetö”.
“A Turquia não vai recuar na luta contra este bando de traidores. Não vai permitir qualquer regresso ao passado”, insistiu.
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