Os investigadores não pouparam recursos, que incluem drones equipados com scanners térmicos, barcos com câmaras infravermelhas e um hidrofone, para tentar desvendar o mistério.
"O nosso objetivo sempre foi gravar, estudar e analisar todos os tipos de comportamentos e fenómenos naturais difíceis de explicar", afirmou Alan McKenna, da equipa de buscas da Loch Ness Exploration, instituição formada por voluntários e que organiza a "caçada" deste sábado.
"Não sei o que é. Só sei que há algo grande no lago Ness. Vi imagens de sonar de objetos do tamanho de carrinhas a mexer-se debaixo de água", disse à AFP Paul Nixon, diretor-geral do Loch Ness Centre.
"Pode ser um mito, pode ser real... Gosto de pensar que é algo intermédio", disse Tatiana Yeboah, uma turista francesa de 21 anos cuja visita ao lago coincidiu com as buscas.
Os investigadores acreditam que os scanners térmicos podem ajudar a identificar eventuais anomalias, enquanto o hidrofone pode detetar quaisquer gritos incomuns nas águas do lago, que tem 56 quilómetros quadrados e 240 metros de profundidade.
Diferentes relatos
O monstro do lago Ness é uma lenda que remonta à Idade Média. Há pedras esculpidas, feitas pelos pictos (tribos celtas) que viviam na região naquela época, nas quais é representada uma criatura misteriosa com barbatanas.
O primeiro relato escrito data do ano 565 d.C., que foi encontrado na biografia do monge irlandês São Columba, evangelizador da Escócia no século VI, que explicou ter ordenado ao monstro que fosse embora daquelas águas.
Já a primeira observação moderna remonta ao mês de maio de 1933, quando um jornal local publicou que um comerciante da região e a sua esposa avistaram "uma enorme onda" enquanto caminhavam nas margens do lago.
Em dezembro do mesmo ano, o jornal britânico The Daily Mail contratou um caçador sul-africano, Marmaduke Wetherell, para rastrear a criatura. O homem então afirmou ter encontrado algumas pegadas grandes, mas foi comprovado que estas eram falsas.
Em 1934, o médico inglês Robert Wilson tirou o que mais tarde ficaria conhecido como a "foto do cirurgião", uma imagem que mostrava um aparente pescoço longo e a cabeça do monstro a sair da água.
Embora a fotografia seja uma montagem, impulsionou a popularidade do lago Ness um pouco por todo o mundo.
De acordo com o Loch Ness Centre, até o momento já foram registados mais de 1.100 relatos de observações de "Nessie", uma criatura mítica que arrecada anualmente milhões de libras para a economia escocesa através do turismo.
Réptil marinho?
Ao longo dos anos, cientistas e entusiastas sobre o assunto têm tentado obter provas da existência deste grande peixe nas profundezas do lago, e alguns sugerem que poderá inclusivamente ser um réptil marinho, como um plesiossauro.
Em 1972, o Loch Ness Investigation Bureau realizou uma das maiores buscas no local até hoje, sem sucesso. Quinze anos depois, durante a Operação Deepscan, um sonar foi implantado em todo o lago. Os organizadores afirmam ter encontrado um "objeto não identificado de tamanho e força incomuns" no fundo.
Em 2018, um grupo de investigadores realizou um estudo de material genético do lago Ness para determinar quais os organismos que vivem nas suas águas, mas não encontraram muito mais do que inúmeras enguias.
"Este fim de semana dá-nos a oportunidade de explorar as águas de uma nova forma e mal podemos esperar para ver o que encontraremos", disse Nixon.
Os criadores da iniciativa procuraram voluntários para monitorizar qualquer movimento na água ou outro acontecimento inexplicável durante este fim de semana, mas devido à "grande procura" de entusiastas, o grupo já não aceita mais candidatos.
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