Uma faixa azul com as palavras "esta propriedade foi libertada" e outra faixa vermelha com um impropério dirigido ao Presidente russo, Vladimir Putin, foram penduradas esta manhã na fachada deste imponente edifício localizado em Belgrave Square, juntamente com uma bandeira ucraniana.
Quatro manifestantes, três deles com os rostos parcialmente tapados, apareceram na varanda e identificaram-se como os "London Makhnovists", um grupo anarquista cujo nome é uma referência ao revolucionário ucraniano Nestor Makhno (1888-1934).
De acordo com o Registo de Imóveis, o edifício é propriedade de uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas administrada por Graham Bonham Carter, um empresário britânico cujas contas bancárias foram congeladas no início de março pela justiça britânica.
Graham Bonham Carter gere o portfólio de propriedades no Reino Unido do oligarca russo Oleg Deripaska no valor de vários milhões de libras no Reino Unido.
Deripaska está entre sete oligarcas russos, incluindo Roman Abramovich, o proprietário do clube de futebol Chelsea, sancionados na quinta-feira pelo governo britânico, que impôs um congelamento de ativos e uma proibição de viagem devido às relações com o Kremlin.
A mansão, localizada a poucos metros da embaixada de Portugal em Londres, tem sete quartos, uma sala de cinema e ginásio privados, incluindo uma sauna para banhos turcos, descreve a BBC.
Num manifesto publicado nas redes sociais, o grupo de ocupantes manifestou solidariedade com o povo ucraniano, defendendo que a casa seja transformada num “centro de apoio aos refugiados” ucranianos e de outras nacionalidades.
Vários veículos da polícia com o apoio das forças de intervenção encontram-se no local para tentar retirar o grupo, mas este alega não estar a fazer nada de ilegal, invocando uma provisão da lei que permite ocupações como protesto desde que os manifestantes não fiquem permanentemente a morar e dormir na propriedade.
Um porta-voz do primeiro-ministro não excluiu o uso de propriedades confiscadas para abrigar refugiados, mas condenou esta ação, afirmando: “Ocupar edifícios residenciais é ilegal”.
Multimilionário fundador do gigante do alumínio Rusal, Deripaska está sob sanções dos Estados Unidos desde 2018 devido à proximidade com o Putin.
No mês passado, após o início da guerra, defendeu ser "absolutamente necessário mudar a política económica e acabar com este capitalismo de Estado", o que foi visto como uma crítica ao Kremlin devido aos efeitos das sanções aplicadas pelos países ocidentais.
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